Nascida em Manjacaze, província ao sul de Moçambique, Paulina Chiziane, aos 66 anos, ganhou o Prêmio Camões de Literatura de 2021, o mais importante da língua portuguesa.
Com a publicação do romance Balada de amor ao vento, em 1990, a autora foi a primeira mulher moçambicana a publicar um livro no país.
Com a premiação de Chiziane, Moçambique já conta com três escritores vencedores em 33 anos do Prêmio Camões de literatura. O primeiro foi José Craveirinha, em 1991; e o segundo Mia Couto, em 2013. E Chiziane é a primeira mulher africana a ganhar o prêmio.
Suas obras são comumente classificadas como feministas, políticas, e abordam as dificuldades das mulheres frente às tradições patriarcais em Moçambique. Confira a seguir 5 delas.
Um dos romances moçambicanos mais famosos do mundo, o livro conta a história de Rami, uma esposa dedicada e submissa que após 20 anos de casamento descobre que seu marido possui várias amantes ao redor do país.
Casada com um homem negro enquanto vive um caso com um amante branco, Delfina anseia pela liberdade enquanto luta para cuidar de uma família multirracial em uma sociedade definida por casamentos por encomenda.
Romance de estreia de Chiziane, conta a história de amor entre Sarnau, uma jovem mulher e Mwando, que sonha em ser um padre. Presenciamos o nascimento deste amor desde sua juventude até a vida adulta do casal.
Uma história de guerra, destruição, fome e pobreza. Uma pobreza que mata os velhos e os jovens em uma guerra entre duas aldeias no decorrer de 21 dias repletos de tristeza e degradação humana.
Em Moçambique conhecemos a família de Vera e David. Ela, dona de casa, ele, diretor de uma fábrica. Ambos vivem distanciados das tradições africanas, baseando sua vida nos costumes europeus. Uma história de ódio, miséria, humilhação e “descidas ao inferno”.