A cada ano novas vozes aparecem na literatura, mudando o cenário superlotado de pessoas — homens, em sua maioria — brancas que costumeiramente se sentem confortáveis para escrever sobre algo completamente fora de sua realidade.
Foi pensando nessa mudança de rumo na literatura que compilamos esta lista com livros de autores trans que fogem completamente do cenário cisheteronormativo da literatura mundial.
Através de um olhar queer e trans, Preciado escreve ótimas crônicas enquanto acompanha os acontecimentos políticos, sexuais e tecnológicos ao redor do mundo, ao mesmo tempo em que continua seu lento processo de transição hormonal, e busca a mudança de nome.
A poesia de Danez Smith é raivosa, estridente, crua e poderosa. Escrevendo não apenas sobre sua vivência à margem enquanto negre, não-binárie e soropositive, Smith também denuncia a violenta e racista polícia norte-americana em poemas repletos de ódio, amor e sexualidade.
Jack Halberstam argumenta que a ideia de sucesso na vida é intrinsecamente ligada ao binarismo heteronormativo norte-americano. Por isso, como uma provocação ele usa uma série de referências às animações infantis para teorizar sobre o lado bom do fracasso.
Thiffany Odara é uma pesquisadora e pedagoga que aborda temas como racismo, patriarcado cisheteronormativo, sexualidade e classe através de um olhar transfeminista negro. Na obra somos forçados a repensar tudo o que sabemos sobre os temas por ela abordados.
De modo sucinto essa obra pode ser descrita como urgente. Abordando temas como educação, saúde, disforia de gênero e prostituição, a autora escreve sobre a dura realidade de muitas mulheres trans e travestis que batalham dia a dia sonhando em viver livres de transfobia.
Bricolagem Travesti é composto por contos, ensaios, poemas e a transcrição de uma cena da aclamada performance teatral “Manifesto Trav (Eco)-Ciborgue”. Contendo veementes críticas à mídia transfóbica e binária, bem como uma tentativa de autodescoberta plural.