Nesse livro, conhecemos a bela família Sinclair. Pessoas que se encaixam no que é convencionado chamar de família perfeita, na qual não há criminosos, viciados ou fracassados. Todos são perfeitos. Brancos e loiros.
O livro é narrado em primeira pessoa por Cadence Sinclair, quando ela, Cady, já tem quase dezoito anos, e está relembrando o que aconteceu no verão de seus quinze anos, quando passava as férias na ilha. Antes disso, seus pais passaram por uma separação e ela sofre muito com isso, mas sua mãe a proíbe que demonstre como isso a afeta. Então, por fora, ela age como se nada tivesse acontecido, mas por dentro, era como se seu pai tivesse sacado uma pistola e atirado em seu peito, fazendo seu coração pular para fora de seu corpo.
“Os Sinclair são atléticos, altos e lindos. Somos democratas tradicionais e ricos. Nosso sorriso é largo, temos queixo quadrado e sacamos forte no tênis”. (p.13)
Sua família é composta por sua avó Tipper e seu avô Harris, que, ao se formar em Harvard, aos vinte e um anos, obteve sua herança e a aumentou com seus negócios. Suas tias Carrie e Bess e seus primos. Como ela é a neta mais velha, tem grandes chances de ser a herdeira da ilha e da fortuna.
Todo verão a família se reúne em sua ilha particular, a ilha Beechwood, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Até que no verão em que Cady está com quinze anos, acontece um acidente que muda muitas coisas. O acidente foi tão grave que as sequelas a impediram de voltar para a ilha por quase dois anos porque sentia muita dor de cabeça, precisava tomar remédios fortíssimos e teve depressão.
Embora a vontade de saber o que aconteceu de verdade nesse acidente seja grande, não é só ele que prende o leitor. No meu caso, o que me prendeu foi a linguagem poética, presente desde as primeiras páginas.
“Johnny é estalo, iniciativa e sarcasmo. (…)
Mirrem é açúcar, curiosidade e chuva”.
Contrariando o pais racista, uma das tias de Cadence, após a separação, começa a se relacionar com um homem negro, de ascendência indiana, que tinha um sobrinho chamado Gat Patil, que passa frequentar a ilha dos Sinclair durante os verões. Ao longo dos anos, Gat e Cady vão ficando cada vez mais próximos, até que a garota rotula aquilo que sente por ele de amor. É muito linda a relação dos dois.
“[Gat] Era todo contemplação e entusiasmo. Ambição e café forte”.
A narrativa flui tão naturalmente que nem parece que estamos lendo, parece mais que a própria Cady está na nossa frente, nos contando o que aconteceu e o faz com uma sensibilidade tamanha, usando metáforas como forma de expressar seus sentimentos, que confere à narrativa uma prosa poética muito tocante. Os parágrafos curtos e a presença da adaptação de contos que dialogam com a história escritos pela própria narradora, fazem com que a leitura seja rápida, embora muito profunda.
Arrisco dizer que não dá para ler e continuar sendo a mesma pessoa como leitora, eu não continuei e acredito que o mesmo acontece com todos os leitores desse livro.
“O silêncio é uma camada protetora sobre a dor” (p.43)
Além capa com um belo efeito metalizado, o livro também oferece um mapa e uma árvore genealógica, o que é ótimo para consulta quando ainda não nos acostumamos com todos os nomes.
O final é desconcertante e terminamos o livro loucos para conversar com alguém sobre a genialidade dele. Pensando nisso, a editora Seguinte criou um hotsite para os leitores desse livro. Lá, além de outras coisas, é possível discutir com quem mais leu, tirar dúvidas e contar a experiência de leitura. Saiba mais aqui.
Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019) e "6 desejos de natal" (2022), ambos publicados pela Se Liga Editorial. É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo.
Oi Maria! Olhando para capa do livro e para o nome, eu não dava nada para história (sinceramente). Mas ela parece incrível e densa. Gosto muito de livros trazem abordagens sociais – não é atoa que fiz sociologia haha. E achei um preço do livro super atrativo (já dei uma pesquisada). Adorei a resenha!
Oiii Maria tudo bem? Fico muito contente que a história tenha te causado um efeito tão grande, percebe-se que o assunto é bastante polêmico e com toda certeza eu adoraria dar oportunidade, além do mais achei linda essa capa e gostei de saber a sua opinião. Abraços
Oie! Eu já li esse livro, e gostei bastante dessa história. Inclusive, a narrativa da autora é muito boa, daquelas que não consegui mais parar. Eu li também o outro livro da autora também publicado no brasil, e gostei muito da história. Bjks! Histórias sem Fim
Uauuu, que livro hein?!!!! Eu tenho e como sempre, a cada resenha que leio, me da mais vontade de ler logo. A capa metalizada deu um charme maior ao livro e esse final que eu sou super curiosa pra saber. Vou ler com certeza.
Oi, tudo bem? Todo mundo que lê esse livro diz a mesma coisa, que fica meio chocada. Gostaria de ler também e saber se ia gostar tanto assim. Gostei muito da dica, resenha muito bem escrita. Gostei da ideia da editora.
Oi, Maria! Eu já tinha visto essa capa algumas vezes, mas nunca soube do que a história se tratava haha. Achei muito interessante, ainda mais por conter um acontecimento que muda a família, fiquei bastante curiosa. Adorei a Cady, ela uma daquelas personagens que o leitor gosta logo de cara. Sua resenha está ótima e achei muito legal que existe um site para os leitores debaterem sobre o livro. Já vou adicionar esse livro na minha lista. Bjss!
Oi, tudo bem? A capa desse livro metalizada está linda mesmo!! Confesso que fiquei bastante curiosa, afinal um mundo onde não existem fracassos e criminosos seria o mundo ideal! Rs Achei incrível o detalhe de ao ler parecer que a própria Cady está na sua frente. Vou add na minha lista infinita de desejados!! Bjs! Fadas Literárias
Olá! Achei legal a ideia do hotsite. Sua resenha me deixou bem curiosa, a premissa pareceu-me bem interessante, gosto de histórias desse estilo, que trazem debates para os leitores e que nos fazem refletir. Dica mais do que anotada! Beijos!
Olá Sou completamente louca para ler esse livro, sempre leio resenhas MEGAS positivas e a sua também me deixou curiosa. Essa capa metalizada é tudooo. Sempre fico curiosa para saber que final é esse que deixa todo mundo boquiaberta. Outra coisa que amo em livros são as árvores genealógica… amei a resenha
Olá ♥ A capa desse livro me chama muita atenção assim como a premissa. Ainda mais quando temos tema como preconceito e aceitação eu gosto muito disso. Eu tenho vontade de ler esse livro, mas sempre vou adiando. Adorei sua resenha. Espero em breve tomar vergonha e fazer a leitura desse livro,beijos!
Fiquei bem curiosa para saber o que realmente aconteceu e como se desenvolve toda a trama, mas preciso ser honesta e dizer que não havia me interessado pelo livro quando ele foi lançado. Gostei bastante da resenha e foi o que me convenceu a dar uma chance ao livro bjos
12 Comentários
Danina Novaes
29 abril, 2017 em 16:04Oi Maria! Olhando para capa do livro e para o nome, eu não dava nada para história (sinceramente). Mas ela parece incrível e densa. Gosto muito de livros trazem abordagens sociais – não é atoa que fiz sociologia haha. E achei um preço do livro super atrativo (já dei uma pesquisada). Adorei a resenha!
beijos
Psicose da Nina | Instagram
Colunista no Estante Diagonal
Morgana Brunner
18 julho, 2017 em 20:24Oiii Maria tudo bem?
Fico muito contente que a história tenha te causado um efeito tão grande, percebe-se que o assunto é bastante polêmico e com toda certeza eu adoraria dar oportunidade, além do mais achei linda essa capa e gostei de saber a sua opinião.
Abraços
Carla
18 julho, 2017 em 20:30Oie!
Eu já li esse livro, e gostei bastante dessa história.
Inclusive, a narrativa da autora é muito boa, daquelas que não consegui mais parar. Eu li também o outro livro da autora também publicado no brasil, e gostei muito da história.
Bjks!
Histórias sem Fim
Yohanna Lira
18 julho, 2017 em 20:33Que vê a capa não dá nada né não? Fiquei muito curiosa! Parece ser um livro maravilhoso! Obrigada pela dica! Sua resenha tá linda!
Beijos :*
Unknown
18 julho, 2017 em 20:40Uauuu, que livro hein?!!!!
Eu tenho e como sempre, a cada resenha que leio, me da mais vontade de ler logo.
A capa metalizada deu um charme maior ao livro e esse final que eu sou super curiosa pra saber.
Vou ler com certeza.
Leticia Golz
18 julho, 2017 em 20:47Oi, tudo bem?
Todo mundo que lê esse livro diz a mesma coisa, que fica meio chocada. Gostaria de ler também e saber se ia gostar tanto assim. Gostei muito da dica, resenha muito bem escrita.
Gostei da ideia da editora.
Livros, vamos devorá-los
Unknown
18 julho, 2017 em 20:57Oi, Maria! Eu já tinha visto essa capa algumas vezes, mas nunca soube do que a história se tratava haha. Achei muito interessante, ainda mais por conter um acontecimento que muda a família, fiquei bastante curiosa. Adorei a Cady, ela uma daquelas personagens que o leitor gosta logo de cara. Sua resenha está ótima e achei muito legal que existe um site para os leitores debaterem sobre o livro. Já vou adicionar esse livro na minha lista. Bjss!
Iris Pereira
18 julho, 2017 em 21:04Oi, tudo bem?
A capa desse livro metalizada está linda mesmo!! Confesso que fiquei bastante curiosa, afinal um mundo onde não existem fracassos e criminosos seria o mundo ideal! Rs Achei incrível o detalhe de ao ler parecer que a própria Cady está na sua frente. Vou add na minha lista infinita de desejados!!
Bjs!
Fadas Literárias
Suzana Chaves Linhares
18 julho, 2017 em 21:17Olá! Achei legal a ideia do hotsite. Sua resenha me deixou bem curiosa, a premissa pareceu-me bem interessante, gosto de histórias desse estilo, que trazem debates para os leitores e que nos fazem refletir. Dica mais do que anotada! Beijos!
Coleções literárias
18 julho, 2017 em 21:21Olá
Sou completamente louca para ler esse livro, sempre leio resenhas MEGAS positivas e a sua também me deixou curiosa.
Essa capa metalizada é tudooo.
Sempre fico curiosa para saber que final é esse que deixa todo mundo boquiaberta. Outra coisa que amo em livros são as árvores genealógica… amei a resenha
Entre Livros e Amores
18 julho, 2017 em 21:25Olá ♥
A capa desse livro me chama muita atenção assim como a premissa. Ainda mais quando temos tema como preconceito e aceitação eu gosto muito disso. Eu tenho vontade de ler esse livro, mas sempre vou adiando. Adorei sua resenha. Espero em breve tomar vergonha e fazer a leitura desse livro,beijos!
Pah
22 julho, 2017 em 02:25Fiquei bem curiosa para saber o que realmente aconteceu e como se desenvolve toda a trama, mas preciso ser honesta e dizer que não havia me interessado pelo livro quando ele foi lançado. Gostei bastante da resenha e foi o que me convenceu a dar uma chance ao livro
bjos