5 motivos para ler “Afrofutulírica: Poemas elétricos “, de Eve L. Ewing

Eve Ewing nasceu em 1986 em Chicago, Illinois, e é uma socióloga, poeta e artista visual negra conhecida por seu trabalho tanto na academia quanto na arte. Sua experiência crescendo na cidade de Chicago a influenciou profundamente em sua escrita já que seus textos muitas vezes se cruzam com seus interesses acadêmicos, explorando temas como raça, história e comunidade com rigor e empatia.

Em Afrofutulírica: Poemas elétricos, é linda e também dolorosa a forma como a autora revisita o passado para recontá-lo de uma nova perspectiva e também imagina um futuro melhor para o povo negro.

A edição brasileira chega no país com publicação caprichada pela DarkSide Books, com tradução de Nina Rizzi, e o texto de contracapa de Cidinha da Silva fecha a edição com os louros que a obra merece.

Confira a seguir, meus 5 motivos para fazer essa leitura. Se preferir, este conteúdo também está disponível em vídeo no meu perfil do Instagram @impressoesdemaria.

1) Com um estilo de escrita que usa memórias reais mescladas com comentários sociais e históricos para a criação de um rico emaranhado cultural que explora a feminilidade negra, a identidade, a resistência e a magia da vida cotidiana, Eve Ewing cria em Afrofutulírica uma envolvente coleção de poesia, prosa e arte visual que culmina em uma obra que transformou-se sucesso de crítica e público por seu estilo inovador ao usar a história para abordar temas contemporâneos. 

2) O livro é dividido em três seções e cada uma delas oferece uma exploração distinta, mas interconectada, dos temas que a autora aborda. Na primeira, a autora mergulha em experiências e reflexões pessoais, através de poemas paradoxais que capturam momentos de alegria, dor e crescimento experienciados por ela, mas que ao serem baseados na experiência negra, acabam se tornando representando um povo como coletivo.

3) A segunda seção desloca-se para um reino mais fantástico, incorporando elementos de afrofuturismo e realismo mágico em que Ewing imagina realidades alternativas e mundos futuros com possibilidade emancipatórias em que pessoas negras reconstroem e celebram suas heranças.

4) Na seção final, Ewing direciona o foco às crianças, e por conseguinte, às gerações futuras, imaginando o único cenário possível: um futuro pautado pela resistência e criatividade das comunidades negras.

5) Afrofutulírica foi elogiado por sua beleza lírica, profundidade emocional e relevância social. Destaca-se como uma contribuição significativa para a poesia contemporânea e uma poderosa declaração sobre as lutas e triunfos duradouros da vida negra na América do Norte.

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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