15 livros protagonizados por pessoas trans

Livros com protagonismo trans

A literatura tem o poder de amplificar vozes que muitas vezes permanecem à margem, silenciadas pelas narrativas predominantes. Ao dar destaque a personagens trans, negras, indígenas e asiáticas, essas obras enriquecem nosso entendimento sobre identidade, resistência e a constante busca por aceitação e superação. Elas nos convidam a ver o mundo sob perspectivas diversas, revelando as lutas diárias e as conquistas dessas pessoas, muitas vezes invisibilizadas.

Se você deseja se conectar com essas histórias comoventes e explorar culturas e realidades que desafiam nossos preconceitos, convido você a mergulhar nesta seleção de 15 livros protagonizados por pessoas trans e descobrir novas formas de enxergar o mundo.

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1 – Felix para sempre, de Kacen Callender
Narra a trajetória de Felix Love, um jovem negro, trans e queer que nunca experimentou o amor, apesar do irônico sobrenome. Felix busca aceitação e autoconhecimento, enfrentando o bullying transfóbico e dúvidas sobre sua identidade. Sua história é uma poderosa jornada de descoberta, marcada por emoções intensas e uma esperança que ressoa profundamente.

2 – A Herança dos fantasmas, de Rivers Solomon
Nos transporta para um futuro distópico, onde a nave Matilda é regida por servidão e obediência. Aster, uma pessoa agênero e intersex butch, busca seu lugar nesse caos. Com Theo, uma mulher trans não-binária, Aster embarca em uma missão perigosa que pode revelar segredos capazes de mudar tudo. Esta narrativa nos faz refletir sobre identidade e resistência em um cenário de opressão.

3 – Pet, de Akwaeke Emezi
Apresenta Jam, uma jovem trans negra que vive em uma cidade onde o mal foi supostamente erradicado. A aparição de Pet, uma criatura mágica saída de uma pintura, desafia essa percepção, revelando que nem tudo é o que parece. A história nos convida a questionar o que significa viver em um mundo livre de maldade.

4- A noite cai, de Camila Cerdeira
Conta a história de Ana e Cecília, irmãs gêmeas com poderes místicos herdados de uma linhagem de bruxas yoruba. Juntas, ao lado do cunhado, elas percorrem sete igrejas para deter um lobisomem, numa aventura que mistura magia, espiritualidade e laços familiares. A narrativa é rica em tradições e mistérios.

5 – Miá, de Hel Macêdo
Apresenta uma sexta-feira transformadora na vida de uma personagem que espera ansiosamente por um pacote especial. Esta história celebra a autoafirmação e o empoderamento, explorando o nervosismo e a excitação de se sentir confortável na própria pele.

6 – Garota, mulher, outras, de Bernardine Evaristo
Celebra a diversidade de mulheres negras, trans e imigrantes no Reino Unido. Entre as personagens, conhecemos Morgan, uma pessoa não-binária, e Bibi, uma mulher trans, que enfrentam os desafios de viver em uma sociedade marcada pelo Brexit. Suas histórias entrelaçadas revelam as batalhas únicas dessas mulheres.

7 – Nada digo de ti, que em ti não veja, de Eliana Alves Cruz
Nos leva ao século 18, onde Vitória, uma mulher trans, negra e escravizada, luta pela liberdade. Sua história é um mergulho profundo nas lutas de pessoas marginalizadas, mostrando como o passado ainda ressoa nos dias atuais.

8 – A morte de Vivek Oji, de Akwaeke Emezi
Apresenta Vivek, que desafia as expectativas de gênero em uma sociedade nigeriana conservadora. O romance aborda as complexidades da identidade e o impacto das normas sociais, oferecendo uma visão poderosa das lutas de ser fiel a si mesmo.

9 – A metade perdida, de Brit Bennett
Explora as vidas entrelaçadas das irmãs Vignes ao longo de décadas. Um dos protagonistas, Reese, um homem trans, enfrenta desafios únicos enquanto busca viver autenticamente em um mundo que nem sempre aceita sua identidade.

10 – O príncipe e a costureira, de Jen Wang
Nos apresenta Sebastian, o príncipe herdeiro da Bélgica, que à noite se transforma na fabulosa Lady Crystallia. Com a ajuda de Frances, sua melhor amiga e costureira, Sebastian desafia as normas e celebra a liberdade de ser quem realmente é, mostrando que o verdadeiro eu pode florescer onde menos se espera.

11 – Vozes Trans, de várias autorias
É o segundo livro da série Vozes e, assim como o primeiro, é um ato de resistência. É um grito de liberdade de pessoas trans frequentemente silenciadas, que buscam seu protagonismo e amplificam suas vozes por meio da escrita. Os autores Brenda Bernsau, Jonas Maria, Koda Gabriel e Limão narram a jornada de personagens em busca de seus sonhos e de uma representação genuína. O livro também inclui um posfácio de Amara Moira.

12 – A bibliotecária de memórias e outras histórias de dirty computer, de Janelle Monáe
É ambientado no mundo distópico introduzido no álbum Dirty Computer e explora temas de identidade, liberdade e resistência, com foco em grupos marginalizados de trans, não-binários e queer que lutam contra um regime opressor que tenta controlar a individualidade e apagar aspectos “indesejáveis”, como a identidade de gênero. 

13 – Viúva de ferro, de Xiran Jay Zhao
Desafia os papeis e expectativas de gênero em uma reimaginação futurística da primeira e única imperatriz da China. O livro explora temas de identidade de gênero, restrições sociais e empoderamento, com personagens que rompem com definições rígidas de gênero binário, incluindo identidades trans e não-binárias.

14 – A gravidade de Júpiter, de Ariel F. Hitz
Acompanha uma adolescente trans que encontra refúgio em seu diário, o único espaço onde pode expressar suas emoções mais profundas. Com pais que não a entendem, o diário se torna um lugar seguro para explorar sua identidade e a força necessária para ser quem é.

15 – Ariel: A travessia de um príncipe trans e quilombola, de Jared Amarante
Conta a história de Ariel, um menino trans, gordo e negro, que encontra aceitação no Quilombocéu após sofrer transfobia. Lá, ele é coroado príncipe da paz e aprende a viver sem medo de julgamentos, num ambiente de aceitação e amor.

Uma resposta

  1. que lista maravilhosa, importante, forte!
    estou com alguns na lista de leituras. e os demais, que não conheço, vou atrás depois 🙂

    boas leituras, Maria!

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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