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Resenha “Eles não usam black-tie”- Gianfrancesco Guarnieri

Este livro, na verdade é uma peça de teatro. Na época de seu lançamento foi aclamada pela crítica, não só pela qualidade da obra, como também pelo fato do autor ser novo, apenas 21 anos.
É uma peça/livro com uma trilha sonora: um samba que está presente em toda obra.

As personagens principais são Tião, Maria, Romana e Otávio. Maria e Tião são um casal que logo terão um filho e se apressam para noivar e assim, casarem o mais rápido possível. Romana e Otávio são os pais de Tião.
Pai e filho trabalham na mesma fábrica. Otávio, juntamente com outros operários, se configura em um sindicalista por estar organizando uma greve reivindicando o aumento dos salários. Já Tião, diferentemente de seu pai, não é a favor da greve, pois tem medo de perder sue emprego por conta disso; então resolve furar a greve em troca de um dinheiro extra.
Furando a greve, Tião é rejeitado por sua mulher, por seus colegas de trabalho e é, de certa foram, expulso de casa. Ao furar a greve, ele não traiu só seus colegas grevistas, ele traiu também sua classe, traiu sua família. Tudo isso em detrimento do dinheiro e do desejo de uma ascensão social que estava longe da realidade que vivia. Quando mais novo, morou com os padrinhos na cidade, e agora adulto, mora na casa dos pais em um morro carioca. Ou seja, não lhe é cômodo morar no morro, se ele já experimentou da cidade.

Também é possível estabelecer uma interdiscursividade com a corrente filosófica do  Naturalismo, se levarmos em consideração fatores como o determinismo (homem determinado pelo meio) e lutas de classes que remete sem dúvidas a ocupação dos morros cariocas na década de 1950.

GUARNIERI,  Gianfrancesco. Eles não usam black-tie. São Paulo: Civilização Brasileira, 1995.

3 Comentários

  • Responder
    Juliana . Oliveira
    21 janeiro, 2014 em 23:58

    Uau! Bela resenha!
    Ano livros que foram escritos com uma proposta que vai além de divertir. Que nos faz pensar e analisar as coisas de forma crítica, que nos provoque reflexão.
    Muita vontade de ler!

    Juliana . Oliveira
    http://www.trocandoconceitos.blogspot.com

  • Responder
    Luara Cardoso
    22 janeiro, 2014 em 00:26

    Que resenha bem escrita! Ficou ótima!
    Mas vou te falar a verdade: se ele for escrito como uma peça, não é um livro que eu vou ter vontade de ler. Os acho tão cansativos! 🙁

    Um beijo,
    Luara – Estante Vertical

  • Responder
    Soraya Abuchaim
    23 janeiro, 2014 em 16:19

    Nossa, não sabia que ele era escritor!
    Adoro livros em forma de peças, porque fiz 8 anos de teatro e ainda tenho os palcos na veia rs
    Beijos

    Meu Meio Devaneio

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