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Geral

Ser marginal dentro da marginalidade: a representação da mulher no romance Manual Prático do Ódio

Este texto buscará analisar a forma como as mulheres são representadas no romance Manual Prático do Ódio (2014), de Férrez, pseudônimo de Reginaldo Ferreira da Silva. Para tal, nos deteremos em três personagens mulheres: Eliana, Juliana e Aninha. Em um primeiro momento, situaremos o leitor em relação ao papel que o autor exerce dentro da chamada Literatura Marginal, logo em seguida apresentaremos cada uma das três personagens, como também problematizaremos o modo como essas atuam dentro dessa narrativa. 
 
Contemporaneamente, se entende literatura marginal como aquela que retrata a realidade do cotidiano periférico de um grande centro urbano, de modo que são assuntos recorrentes nessas obras, a desigualdade social e o que resulta dela, como criminalidade, drogas, violência e pobreza. Por retratar uma camada específica da sociedade, incorpora também sua linguagem, por isso, é constante a presença de gírias. Normalmente é escrita e protagonizada por pessoas advindas da periferia, de modo que o autor possui propriedade para falar sobre o assunto porque faz parte de sua realidade, uma vez que seu lugar de fala é o de quem conhece bem a realidade das periferias, lugares postos à margem em relação ao centro da cidade, e a transforma em ficção. Férrez, morador do Capão Redondo, periferia da zona sul de São Paulo, é um dos principais nomes quando se pensa em literatura marginal.
Em Manual Prático do Ódio(2014), um romance que transita por vários espaços periféricos porque seus personagens são de diferentes bairros, um grupo de criminosos se unem para realizar um assalto a um banco. Ao longo da narrativa, o leitor vai conhecendo de um modo mais aprofundado cada personagem que faz parte desse grupo, que são seis: Régis, Lúcio Fé, Celso Capeta, Aninha, Neguinho da Mancha na Mão e Mágico. De acordo com Damascena (2015), este romance apresenta um narrador-mosaico, porque a narrativa é feita de diferentes pontos de vista por um narrador onisciente, de modo que não se detém em um só personagem, mas em vários. Apesar dessa narrativa intercalada, desde o início se percebe que Régis é um dos personagens principais. É o primeiro personagem que o livro apresenta e suas ações são decisivas para o desfecho do livro, depois do assalto bem-sucedido. Por isso, exporemos aqui o modo como este personagem trata e se relaciona com as mulheres. Em sua primeira aparição, ele acaba de acordar na casa de Rita, que é casada, e precisa ir embora antes que o marido da mulher chegue:
 
Abriu os olhos rapidamente, afastou a coberta e levantou a cabeça, olhou fixamente e não a reconheceu, desviou o olhar para toda a casa e finalmente se situou, estava na casa de Rita em São Mateus, tocou o pingente que trazia na corrente e fez uma curta oração, olhou para o relógio e deduziu o horário que Anísio, o marido de Rita, chegaria, resolveu se arrumar apressadamente, foi ao banheiro, lavou o rosto, pegou a carteira e a pistola em cima do sofá e saiu. (FÉRREZ, 2014, p.12)
Logo depois, Régis sai com Vânia, sua amante. Os dois vão comer pastel e depois pretendiam assistir a algum filme no cinema, mas ao se depararem com uma grande fila, resolvem ir logo para o apartamento que Régis paga para sua amante. Quando os dois ainda estão no carro, a descrição do narrador em relação à mulher é feita de modo provocativo, ela mostra a “calcinha aveludada e com detalhes de pele de tigre” (FÉRREZ, 2014, p.41) e quando os dois já estão no apartamento, a descrição pormenorizada do ato sexual deixa transparecer a mulher como objeto sexual, que não tem voz e faz tudo o que o homem quer, porque afinal ele é seu provedor e precisa fazer sua vontade, inclusive não pode reclamar da dor porque senão ele faria com que doesse mais. Ou seja, o ato sexual só é prazeroso para uma das partes, enquanto a outra fica em uma posição de submissão.
Chega até a ser irônico que logo depois da cena descritiva do ato sexual entre Régis e sua amante, o narrador se volte para Eliana, a esposa dele. Começa por mostrar uma cena aparentemente trivial, dela lavando a louça: “Eliana lavava a louça, manipulava os copos com destreza, enquanto ensaboava um, já ia enxaguando o outro com a outra mão” (FÉRREZ, 2014, p. 44), para logo em seguida falar de seus sentimentos. A narrativa segue assim, ora um parágrafo sobre coisas objetivas e palpáveis, como a louça na pia para lavar, o macarrão que está sendo feito, ora sobre os sentimentos de Eliana e o desconforto que eles causam.
Mesmo sendo esposa de Régis, um dos personagens principais, Eliana não tem destaque nenhum na narrativa. Nas vezes em que aparece, é possível perceber que sua característica mais marcante é a solidão a que é submetida pela ausência constante do marido. Esta solidão, pelo modo como é descrita, nos remete à depressão, porque ela não consegue nem colocar a comida para o filho quando o mesmo chega da escola, nem o acompanhar enquanto assiste televisão, porque sua única vontade é ficar deitada na cama:
 
Eliana sabia que a outra iria dominar de novo o resto de tempo de seu marido, sabia que Ricardo quando chegasse teria que pôr sua própria comida e depois assistir à televisão sozinho, Eliana ouvia do quarto a conversa dos atores dos filmes, tinha muito medo de que acontecesse com ele um dia o mesmo que aconteceu com ela, a mãe do pequeno tinha um terrível medo de que ele também se tornasse, quando adulto, vítima da solidão. (Idem, p.14)
É uma mulher que não tem uma vida social, nem trabalha fora. Passa seus dias arrumando a casa, assistindo televisão e cuidando do filho. É uma vida solitária: “O que lhe dava tanto medo era a solidão, quando terminava os deveres domésticos, ela vinha devagar, bem rasteira e de repente dominava toda a situação”. (FÉRREZ, 2014, p.44)
Mesmo sendo vista por Régis como “direita e prendada”, isso não o impede de enganá-la em relação à sua atividade profissional. Ela nem imagina que o marido ganha a vida pelo crime, pensa que ele viaja à trabalho e apesar de desconfiar que o marido tem uma amante, tendo em vista os longos períodos de tempo em que fica sem voltar para casa, Eliana não consegue colocar um fim nessa relação:
 
Por hoje, Eliana decide que já chega, as horas demoraram demais a passar, certamente ele não voltará para casa nesse dia também, já faz alguns dias que está fora, cinco dias, dessa vez Régis passou dos limites, mas não adiantaria dizer que não sentiria mais sua falta, não adiantaria dizer em algum momento de raiva que não o ama mais, Régis olharia em seus olhos e veria que ainda estava lá aquele grande querer bem, aos poucos ela se entregaria de novo, o abraçaria e choraria até ele a beijar e pedir desculpas, diria que estava trabalhando, que havia pegado uma carga, certamente ele meteria a mão no bolso, mostraria um pacote de dinheiro e sorriria pra ela. (Idem, p.53)
Outra personagem que nos deteremos aqui é Juliana, que é apresentada ao leitor pelo ponto de vista de seu marido José Antônio, um homem que vive lamentando sua pobreza e vive saudoso dos tempos em que trabalhou com carteira assinada e tinha todos os benefícios, dos tempos em que conseguia proporcionar uma vida digna para sua esposa e filhos. Inicialmente, a primeira impressão que o leitor pode ter é que a relação entre ele e Juliana é quase de submissão dele em relação a ela porque logo na primeira aparição do casal “(…) ela ordena, ele vai comprar Coca-Cola, afinal ela é sua esposa, a rainha de seu lar.” (FÉRREZ, 2014, p.27), mas no decorrer da narrativa, o leitor poderá perceber que não é em tudo que José Antônio está disposto a atender às ordens e pedidos da esposa.
Os dois se conheceram quando ela tinha apenas 13 anos e mesmo com essa idade, o olhar masculino de José Antônio sobre ela remete a seu corpo, “pensava como ela era gostosinha, cheirava a neném, ele adorava colocar na sua bunda” (FÉRREZ, 2014, p.27). Essa lembrança, no livro, é para contrapor com a realidade atual, na qual Juliana “(…) não usa chinelo há meses e andar descalça se tornou uma rotina” (FÉRREZ, 2014, p.27), como também não escova mais os dentes. A visão que José Antônio tem de Juliana é de que ela é uma mulher que não se cuida mais como antigamente, mas ao mesmo tempo, ela justifica essa falta de cuidados com o corpo porque o marido não lhe dá dinheiro para se cuidar, enquanto continua dando seu dinheiro para a igreja que frequenta:
 
Juliana somente iria relaxar e descansar quando isso acontecesse, há algum tempo havia notado o jeito que seu marido a estava tratando, mas não ligava, sabia quais os motivos e também tinha os seus próprios, como José Antônio podia querer que ela se cuidasse, se ele mesmo negava o dinheiro quando ela pedia, sendo assim como faria a unha, como faria o pé e sem o mínimo como pintaria o cabelo? (Idem, p.157)
Durante um diálogo com um amigo, José Antônio critica sua esposa porque segundo ele, a mulher “não quer nada com nada”, mas não pode negar que sua principal qualidade é cozinhar bem. É muito problemático esse modo como Juliana é construída, como seu marido a vê: uma boa dona de casa, boa cozinheira, mas que está em decadência fisicamente e por isso não se sente mais tão atraído sexualmente por ela, apesar de amá-la.
Apesar de todas as tribulações, do marido desempregado e dar parte de seu dinheiro para a igreja, é uma mulher ativa, que não se deixa abater. Quando o marido conseguiu um emprego, ela se dispôs a trabalhar também, nem que fosse catando restos de frutas e legumes. E assim, os dois podem reconstruir sua casa que havia sido derrubada durante uma enchente no bairro em que moravam.
A última personagem que apresentaremos aqui é Aninha. Ela é a única componente mulher da quadrilha que se forma para roubar o banco, o que é um diferencial nessa obra do autor, porque mulheres não costumam figurar tão explicitamente em papéis de violência e ela é uma mulher fazendo parte da criminalidade de forma direta, está presente nas ações do grupo, em tiros que eles trocam com outros criminosos. Em comparação com as outras duas personagens, é a que mais possui autonomia porque transita livremente, não tem filhos e não tem as responsabilidades de uma esposa e dona de casa, mas em contrapartida, sofre intimamente por não ser tão feminina e por sempre relembrar episódios traumáticos de sua infância na Bahia. Em decorrência disso, sente uma dor que externaliza nos seus assaltos a lojas, como podemos ver na seguinte citação:
 
Ela saiu descabelada mais uma vez, lembrando as torradas que comia dia após dia, as lágrimas de sua mãe, foi sentido Moema, decidida a fazer uma loja e já sabia que iria fazer a cena do louco, e sabia que chegaria no arrebento chutando a porta e os playboys a olhariam com desprezo e medo, e logo eles que tinham tanto poder quando estavam nos carros importados iam ter que se ajoelhar e rezar pra num dar em merda, porque a porra da maloqueira ali tava com uma dor lá dentro e qualquer um que desse motivo iria pagar. (Idem, p.39-40)
Sua história de vida não é das mais fáceis. Nasceu Ana Cirô Gomes Lopes, em Várzea do Poço, no interior da Bahia, perdeu a mãe aos nove anos de idade e cansada do assédio do pai, resolveu tentar a vida em São Paulo, onde tinha uma tia. Chegando na cidade, Ana, que nunca tinha fumado, aprendeu a fumar, ganhou o apelido Aninha, entrou contato com maconha e com armas. Normalmente, os papéis para os quais as mulheres são designadas são os de esposa de traficante, amante ou mãe de traficante. Aqui, Aninha é uma mulher que não demonstra muito sua feminilidade, mas é condicionada a buscá-la, seja na compra de um vestido, ou no planejamento da compra de maquiagem. É durona diante dos homens, mas quando está sozinha, o narrador faz com que o leitor saiba suas fraquezas e desejos:
 
Decidiu que na próxima vez que fosse a Santo Amaro iria comprar um estojo de maquiagem, afinal Aninha não atraía mais ninguém, e quando a noite começava a cair ela tentava fugir de alguns sentimentos, mas nem o álcool, nem a maconha conseguiam afastá-la daquelas ideias de um dia ter alguém abraçadinho na cama, de um dia ter alguém brincando correndo atrás dela no parque, de ter alguém que cuidasse de cada detalhe de seu corpo, na verdade sempre que chegava a noite, Aninha sentia uma imensa falta de algo que ela nunca teve e não sabia bem o que era, Aninha jamais poderia explicar, como sentir falta do que não teve, mas sentia. (Idem, p.75-76)
Se os homens precisam reafirmar sua periculosidade para manterem o respeito da comunidade e de outros bandidos, para Aninha não é diferente, mas há uma cobrança maior para ela porque “(…) sabia também que pelo fato de ser mulher, qualquer coisa por mínima que fosse tinha que resolver, senão daria asa para outras cobras criadas.” (FÉRREZ, 2014, p.31)
Ao conhecer essas três mulheres dentro do contexto no qual o livro se passa, percebemos que apesar de haver uma denúncia das violências as quais os moradores de periferias estão expostos, o mesmo não ocorre de um modo crítico ou consciente, em relação às mulheres, que na narrativa, só cumprem funções que lhes foram impostas socialmente: serem mães, donas de casa e objetos sexuais dos homens, além de terem que corresponder a uma lógica na qual o corpo deve estar impecável, caso contrário, não atrairão sexualmente seus maridos.
Há uma tendência a silenciar as vozes e sentimentos dessas mulheres. Suas dores são particulares, não são divididas com outras pessoas, guardam para si mesmas. E mesmo Aninha, que é a que destoa um pouco do que Dapuzzo (2016) chama de ‘“a tríplice identidade feminina’: a mãe, a submissa e a promíscua”, não consegue ter tanto destaque quanto as personagens masculinas porque suas aparições físicas não são tão constantes quanto a dos outros homens.
A escrita de Férrez visa um combate à opressão de classe, mas o mesmo não ocorre no tocante à opressão de gênero, pelo contrário, atua reforçando e reproduzindo essa hierarquização das relações. Explicita não só uma hierarquização de classe, mas também uma hierarquia de gênero, na qual, os homens estão acima das mulheres, são mais livres, têm mais facilidade de locomoção pela cidade, são respeitados naturalmente por serem homens, não precisam provar que merecem respeito, não têm seus corpos objetificados e sexualizados. Desse modo, entendemos que a mulher é a margem da margem. Marginal dentro de um contexto social e marginalizada na comunidade em que vive, só por ser mulher.

Referências bibliográficas
                                               
CARNEIRO, Cristina Helena. A Dupla Objetificação da Mulher em A Escrava Isaura: Uma Amostargem do Poder Patriarcal. Disponível em: <http://www.urutagua.uem.br/007/07carneiro.htm>. Acesso em 22 nov 2017.
DAMASCENA, Alexandre Silva (2015). A literatura a partir do território: a relação entre forma e conteúdo em Ferréz. 102 f. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) – Faculdade de Letras da UFRJ. Rio de Janeiro.
DAPUZZO, Ornella Erdós. À margem da margemMafuá, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, n. 25, 2016.
FERRÉZ (2014). Manual prático do ódio. E-book. Rio de Janeiro: Planeta.
MONGIM, Luciana Marquesini (2012). Territorialidades marginais e construção est(ética): Capão Pecado e Manual prático do ódio, de Ferréz. 197 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória.
SOUZA, Renato de (2010). O ‘Caso Férrez’: Um estudo sobre a nova literatura marginal. 182 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Assis.

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18 Comentários

  • Responder
    Alana Moura
    6 julho, 2020 em 01:56

    Maria, não conhecia o livro, depois de finalizar a leitura do texto pesquisei sobre o mesmo na google. Acredito, que seja uma leitura fundamental para o debate de classe/gênero, e como as mulheres recebem "tratamento" diferentes em comparação aos homens. Como sempre, texto muito bem escrito, Maria.

  • Responder
    Keila
    7 julho, 2020 em 01:13

    Conheci a literatura de Férrez na faculdade e a acho impactante e essencial. Acredito que ele descreve realidades incômodas e,dentre elas, a marginalização do feminino.É uma realidade. É incômoda e precisa se discutida pela arte e pela crítica. Achei esse texto muito importante e válido para discussões posteriores sobre o tema. Obrigada!

  • Responder
    Érika Santana
    7 julho, 2020 em 21:47

    Não conhecia Férrez, adorei o texto e as referências bibliográficas, já estão anotadas na lista de estudos.
    Seria uma boa leitura para as Leituras Decoloniais?

  • Responder
    Gabriela Harrison
    8 julho, 2020 em 01:59

    Não conhecia o termo "Literarura Marginal". Espero que isso seja mudado. Nem tudo que está na periferia, vive à marginalidade é ruim. Mas no senso comum o termo é pejorativo.

  • Responder
    Amanda Caroline da Silva
    8 julho, 2020 em 02:12

    Não conhecia o livro, mas só com o texto já fiquei impressionada…a marginalização do feminino é um assunto que me deixa sempre frustrada, gostei de ter trazido as referências e vou procurar mais sobre!

  • Responder
    cecijia
    8 julho, 2020 em 04:32

    Legal demais esse texto, Maria. Confesso que não conhecia o termo "literatura marginal", por incrível que pareça posso dizer que esse é um dos gêneros que mais gosto de ler. Justamente pelo fato desse tipo de literatura falar um pouco comigo e com minha história.

    A narrativa do livro e o modo fluido como o autor escreve me chamaram bastante atenção e despertaram meu interesse de lê-lo. Pena que exista esse entrave sobre a questão de gênero. Infelizmente muitas obras por mais "engajadas" – ou até mesmo quando não se propõem a ser – ainda trazem esses resquícios e faltas, ao que diz respeito ao apagamento de mulheres, suas visões de mundo, seus modos de se comportar, seus sentimentos e suas condições de existência no mundo.

  • Responder
    Raquel Gusmão
    8 julho, 2020 em 20:05

    Que texto incrível Maria! Ao ler os textos me lembrou muito as alegrias da maternidade que não só fala da questão materna mas também fala muito de classe.Acho que o autor retrata muito a realidade de uma parte dos brasileiros presos as esses papéis e estereótipos.
    @x.rraquel

  • Responder
    Maria Eduarda Ferreira
    9 julho, 2020 em 12:53

    não fazia ideia da existência desse livro… eu já fiquei muito tocada com a história pela resenha principalmente nos trecho que falam sobre a sexualidade, quero ler mas já vejo eu me emocionado muito

  • Responder
    Giulliana Karla
    12 julho, 2020 em 21:17

    Não conhecia esse termo da Literatura Marginal, achei muito interessante que os autores e autoras, em sua maioria, tem lugar de fala e de alguma forma falam de suas experiências.
    É uma pena que ainda se perpetue as questões de gênero de forma a reforçar estereótipos e preconceitos.
    Gostei muito do texto e deu para ter uma ideia do livro, grata!

  • Responder
    Bárbara Grangeiro Leal
    16 julho, 2020 em 20:13

    Que texto excelente! Não conhecia o livro ou o autor, mas achei as reflexões que você fez muito pertinentes e bem embasada (com citação e tudo haha). Muito necessário refletir sobre as somas e interações das opressões (classe, raça, gênero, sexualidade etc). É muito comum isso de destacar e criticar algumas hierarquias, enquanto se normaliza e aceita outras.

  • Responder
    luisadeholanda
    20 julho, 2020 em 12:34

    Tinha visto esse livro na amazon prime, depois de ler seu texto baixei no meu kindle pra ler. Interessante sua análise sobre a mulher estar a margem da margem, acho que bell hooks que falou, se não me engano, que a mulher negra é o outro do outro. Parece que o combate a opressão de gênero e raça vem sempre por último, quando deveriam ser enfrentadas de forma conjunta. Muito bom.

  • Responder
    Ana Luisa
    20 julho, 2020 em 21:19

    Fiquei um pouco abalada com tudo que li… Acho que por enquanto essa leitura não é pra mim. Mas agradeço pelo post, ele foi muito bem escrito!

  • Responder
    Jaíne Muniz
    22 julho, 2020 em 16:11

    Conheço pouco da Literatura Marginal, mas esse livro me deu vontade de procurar mais a fundo. Acredito que histórias são contadas e criadas para dar um novo sentido às histórias já vividas. Este livro, pelo que entendi da sua visão, tem um potencial muito grande, mas peca por não dar vozes e extrapolar a discussão de gênero. Acho que já passamos do momento em que apenas apresentamos as problemáticas e não damos novos rumos a fim de a combatermos.

  • Responder
    Mateus Alves
    22 julho, 2020 em 18:10

    Literatura enriquecedora, ótimo para complementar bibliografias sobre o sistema penitenciário pela perspectiva racial.

  • Responder
    Beatriz Cerqueira Biscarde
    27 julho, 2020 em 01:35

    Que texto! Tive uma colega que ama Literatura Marginal, e fez uma pesquisa sobre "Deus foi almoçar" no seu tcc.

  • Responder
    Ana I. J. Mercury
    31 julho, 2020 em 02:33

    Que texto incrível!
    Não conhecia o livro, mas já quero.
    É triste e revoltante demais ver a mulher ser tão marginalizada.
    Essas personagens sofrem tanto, e sempre é o homem quem sai por cima.
    Bjs

  • Responder
    Isadora Lopes
    1 agosto, 2020 em 02:12

    Que post completo Maria.
    Não conhecia o termo "Literatura marginal" e não me recordo de ter lido algo do gênero, uma questão a ser avaliada.
    O livro parece ser muito interessante, apesar de manter a hierarquização de gêneros, são leituras que devem ser feitas de forma bastante crítica e foi bom ler essas ressalvas em seu texto.

  • Responder
    Fernanda Pires
    2 agosto, 2020 em 14:19

    Não conhecia o livro e nem o termo, mas que resenha emocionante!!

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