5 motivos para ler “Macabéa: flor de Mulungu”, de Conceição Evaristo

Conceição Evaristo, escritora e ensaísta brasileira, nasceu em 29 de novembro de 1946, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Vinda de uma família pobre, enfrentou grandes desafios para se educar, trabalhando como empregada doméstica enquanto concluía os estudos. 

Somente aos 25 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mais tarde, obteve o título de mestre em Literatura Brasileira e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

A sua obra literária se destaca por abordar questões de gênero, raça e classe, com enfoque nas experiências da mulheres negras no Brasil. A escritora ganhou notoriedade com o romance Ponciá Vicêncio (2003) e Becos da memória (2006), que narra a vida nas periferias urbanas. 

Sua coletânea de contos Olhos d’água (2014) foi premiada e consolidou sua relevância no cenário literário. Evaristo também é conhecida pelo termo “escrevivência”, cunhado para descrever uma escrita que nasce da vivência social e coletiva.

Seu livro mais recente, Macabéa: flor de mulungu é a leitura de dezembro do Clube Impressões, e adiante, separei 5 motivos para você ler a obra:

1- Releitura inovadora de um clássico

Conceição Evaristo revisita A hora da estrela, de Clarice Lispector, trazendo uma nova perspectiva sobre Macabéa, oferecendo uma releitura potente e transformadora, focada em dar voz às mulheres marginalizadas e ressignificar a narrativa original.

 
2- Narrativa de resistência e renascimento
A metáfora da flor de mulungu é crucial para entender a força da personagem reinventada. Macabéa, antes silenciada e apagada, agora é retratada como uma figura de resistência e renascimento, que carrega em si a força ancestral de suas raízes afro-indígenas e propõe uma nova vida e dignidade à personagem.

 3- Estilo poético e prosa impactante

O texto de Evaristo é carregado de prosa poética, com uma escrita que explora não apenas a beleza estética, mas também a profundidade emocional e simbólica da personagem. É um convite para quem aprecia uma narrativa rica em metáforas e que evoca a ancestralidade, a sabedoria e a força feminina.

4- Ilustrações envolventes e significativas
A edição é acompanhada de ilustrações marcantes de Luciana Nabuco que complementam e expandem a leitura, reforçando a simbologia da narrativa. As ilustrações, com elementos afro-indígenas e cores vibrantes, criam uma experiência visual que dialoga diretamente com o texto.

 5- Relevância social e literária

Evaristo não apenas dá nova vida à Macabéa, mas também utiliza sua obra para abordar questões sociais urgentes, como a invisibilidade e o racismo. Macabéa: flor de mulungu reflete o compromisso da autora com a representatividade e a luta por espaço para vozes historicamente silenciadas, tornando a leitura um ato de consciência e empatia.

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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