Dando continuidade do projeto, essa postagem compreende 35 páginas (43-78), nas quais se encontram os capítulo 2 e 3, que têm como título “O movimento antiescravagista e a origem dos direitos das mulheres” e “Classe e raça no início da campanha pelo direito das mulheres”, respectivamente.
“Quando a verdadeira história da causa antiescravagista for escrita, as mulheres ocuparão um vasto espaço em suas páginas; porque a causa das pessoas escravas tem sido particularmente uma causa das mulheres” – Frederick Douglass (p. 43)
É mencionado pela primeira vez o romance “A cabana do Pai Tomás”. Aqui ele aparece como um dos principais fatores que atrairam muitas mulheres brancas do século XIX a lutarem pela causa antiescravagista.
Uma dessas mulheres brancas que ficou conhecida por sua militância antirracista, foi Prudence Crandall, uma professora que aceitou uma aluna negra em sua escola e com isso desafiou todo um sistema em que não permitia que os negros se escolarizassem, pelo menos não no mesmo ambiente que os brancos. A professora foi duramente reprimida. Os pais das outras alunas brancas foram contra, assim como toda a população. A resposta de Crandall foi abrir uma escola só para alunas negras. A retaliação a esse ato foi tamanho que os comércios não quiseram vender materiais para a professora, os médicos não quiseram atender suas alunas e os farmacêuticos se recusaram a vender remédios. Quase uma greve contra a professora e as alunas negras dela. A escola foi atacada, destruída e as autoridades determinaram que Crandall fosse presa.
“Por terem uma consciência tão profunda da indissociabilidade entre a luta pela libertação negra e a luta pela libertação feminina, as irmãs [Grimké] nunca caíram ma armadilha ideológica de insistir que um combate era mais importante do que o outro. Elas reconheciam o caráter dialético da relação entre as duas causas”. (p. 56)
As mulheres brancas de classe média lutarem contra a escravidão não as impedia de serem racistas.
Sojourner Truth foi uma mulher negra, ex-escrava, que teve a ousadia de falar na Convenção Nacional Pelos Direitos das Mulheres, em Akron, Ohaio, em 1851, mesmo sendo vaiada por homens e outras mulheres brancas. Seu discurso “Não sou eu uma mulher?”, continua sendo inspirador nos dias atuais. Segue um pequeno trecho dele:
“Arei a terra, plantei, enchi os celeiros, e nenhum homem podia se igualar a mim! Não sou eu uma mulher? Eu podia trabalhar tanto e comer tanto quanto um homem- quando eu consegua comida- e aguentava o chicote da mesma forma! Não sou eu uma mulher? Dei à luz a treze crianças e vi a maioria ser vendida como escrava e, quando chorei em meu sofrimento de mãe, ninguém, exceto Jesus, me ouviu! Não sou eu uma mulher?”
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Uma resposta
MARIA!
SAbe que quando vejo relatos como esse sobre a perseguição da professora Prudence Crandall, fico tão indignada… mesmo sabendo que na época existia o preconceito com os negros, fico sem imaginar o que realmente eles passaram, e as precursoras do movimento antiescravagista sofreram.
“Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.” (Guimarães Rosa)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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