#7SemanasComDavis – Semana 4

Essa postagem compreende 35 páginas (107-142), nas quais se encontram os capítulos 6, 7 e 8, intitulados “Educação e libertação: A perspectiva das mulheres negras”, “O sufrágio feminino na virada do século: A crescente influência do racismo” e “As mulheres negras e o movimento associativo”, respectivamente.

A população negra, mesmo escravizada, possuiu um incontrolável desejo de aprender a ler e a escrever, mas esse desejo era arduamente reprimido com todos os tipos de ameaças. Mesmo assim, alguns deles que sabiam ler, organizavam aulas noturnas para ensinarem aos outros.
A sororidade das mulheres brancas para com as mulheres negras foi de extrema importância, pois as primeiras do Norte se voluntariaram a ensinar os negros do Sul, sedentos por conhecimento.
Susan B. Anthony, foi uma mulher branca que pessoalmente lutou contra o racismo, mas não levou essa luta para o âmbito público do movimento sufragista, do qual fazia parte como uma das líderes. Por exemplo, ela sempre admirou Frederick Douglass por ser o primeiro homem que defendeu o sufrágio das mulheres, mas em sua organização sufragista ele ficou em segundo plano para que sua presença não impedisse que mais mulheres brancas do sul aderissem ao movimento.  A essa atitude, Ida B. Wells, mulher negra, denominou de “racismo por conveniência”.
A autora expõe um episódio em que fica evidente o racismo presente nas associações de mulheres. O episódio foi a negação de credenciar a delegada negra da Associação de Mulheres Era, de Boston, para participar de uma convenção promovida pela Federação Geral de Agremiações de Mulheres.

“Em 1888, o Mississippi promulgou uma série de estatutos que legalizavam a segregação racial e, em 1890, ratificou uma nova constituição que suprimia o direito de voto da população negra. Seguindo o exemplo do Mississippi, outros estados do Sul formularam novas constituições que garantiam a supressão do direito de voto dos homens negros”. (p.119)

Os anos 1890 foi marcado pela violência explícita contra a população negra. Eles não tinham poder de voto, viviam sob uma segregação institucionalizada e sofriam com os linchamentos de gangues racistas sem que os jornais noticiassem isso ou o governo tomasse alguma atitude.
O que motivou o primeiro grande encontro de mulheres negras foram os ataques racistas contra a jornalista Ida B. Wells, ataques esses que destruíram a redação de seu jornal, em Memphis. Wells combatia os linchamentos e por isso foi alvo das gangues racistas.

 “Não eram os direitos das mulheres ou a igualdade política das mulheres que que tinam de ser preservados a qualquer custo, e sim a  superioridade racial reinante da população branca”. (p.131)

Como as mulheres brancas, as negras também participavam de sociedades literárias e organizações beneficentes, mas, ao contrário delas, lutavam por uma questão de sobrevivência de seu povo.
As mulheres negras que estavam nos cargos de liderança do movimento associativo, assim como as mulheres brancas, não provinham das classes trabalhadoras, mas ao contrário delas, tinham consciência de que precisavam se opor ao racismo.

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Uma resposta

  1. Maria!
    Que mulheres guerreiras, né?
    Apesar do racismo por conveniência e por toda degradação que passaram, mesmo com a destruição do jornal, elas mantiveram seus encontros e associações, lutando pela igualdade e tentando superar o racismo…
    Muito bom!
    “Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.” (Friedrich Nietzsche)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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