Depois de dois anos de pandemia, a 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo finalmente chegou. Confesso que estar no meio de tantas pessoas e reconhecer ali um evento que já fui outras vezes, me causou uma certa estranheza mas também um conforto, uma sensação de que finalmente estamos podendo voltar a fazer as coisas que gostamos.
A Bienal do Livro foi o primeiro evento que fui como colaboradora do blog Impressões de Maria e neste ano como a Maria não mora mais em São Paulo, ela nos sugeriu algumas atividades relacionadas ao blog para conferirmos. Neste ano também tive o prazer de acolher como colaboradoras do blog as manas Cintia Martinelli e Julia Martins. Tenho saudades imensas dos rolês literários com a Maria, mas não sigo só! Sem dúvidas as meninas terão impressões cheias de frescor sobre a primeira ida à Bienal, para compartilhar com vocês!
Mas vamos direto ao ponto, para quem já foi à Bienal: o evento continua daquele jeito que você já conhece! Não houveram mudanças drásticas após a pandemia, a não ser que muitas pessoas ainda circulam de máscara (eu sou uma delas), mas tivemos melhorias e avanços na organização.
Para quem ainda não foi
A Bienal é um encontro de várias editoras de livros com atividades que promovem a leitura. Além de poder comprar vários livros com desconto, também é possível pegar autógrafos e participar das atividades com escritoras e escritores, profissionais do mercado editorial, da educação e de várias outras áreas do conhecimento que se relacionam com a produção de saberes.
Sobre descontos
É possível encontrar stands com livros por 5, 10 e 15 reais, mas nem todas as editoras estão com descontos incríveis. Algumas, como a Editora Harper Collins, tinha ótimos títulos como Orgulho de Ibi Zoboi por 7 reais, e a Morro Branco, que publica a Octavia Butler, aumenta a porcentagem de descontos de acordo com a quantidade de livros comprados, ótima opção para quem gosta de séries! Em outras há alguns descontos de 10% a 30%, mas não vale para todos os livros dos catálogos. Em alguns stands o valor do desconto para professor é maior do que os descontos oferecidos pelas editoras. É bom verificar antes da compra, caso você seja professor.
De qualquer forma, você chegará lá e a vontade de fazer dívidas comprando livros tomará conta de seu corpo e sua mente, então, minha sugestão é: saia de casa com a lista de livros que quer comprar e quais editoras pertencem, pesquisem os valores na Estante Virtual e Amazon antes e se tem naquela biblioteca perto da sua casa. Estabeleça quanto você quer gastar. E durante a visita ao evento, priorize a visita nas editoras que você escolheu.
Eu, por exemplo, estou feliz porque o salário ainda não tinha caído no primeiro dia que fui, senão, boa parte dele estaria com a editora Todavia e Companhia das Letras agora, e olha que eu nem tenho tanto tempo livre para ler. Os livros de Jeferson Tenório eu acho que já teria todos, e da Paulina Chiziane também. A Bienal há vários anos tem sido um evento para trabalhar o autocontrole.
Além da venda de livros, a Bienal tem uma programação cultural oficial do evento e as próprias editoras também organizam outras atividades que dialogam com as suas produções. Para saber a programação das editoras, recomendo buscar os canais de divulgação de cada uma para saber a programação detalhada.
Quanto aos detalhes sobre a programação cultural oficial da Bienal, vocês podem conferir no site do evento, onde tem várias opções de atividades, incluindo programação infantil, conversas sobre literatura, gastronomia e o mercado profissional.
Neste ano o país convidado para a programação cultural da Bienal do Livro de São Paulo foi Portugal, então temos uma programação com várias mesas de debate com escritoras e escritores não só de Portugal, mas também de outros países de língua portuguesa, como Moçambique e Angola. Além do stand de Portugal, os do SESC também estão com uma programação muito interessante pensando a partir da decolonialidade.
Para o público que tem menos paciência para as mesas de conversa, há também outras atividades, como jogos, apresentações musicais e cenários relacionados aos livros publicados pelas editoras para tirar fotos.
Quanto à organização do evento tenho duas críticas: 1) A programação cultural não está impressa no mapa, isso dificulta o acesso a essas atividades maravilhosas, muitas pessoas não sabem o que está rolando e 2) Nos lugares de programação o público tem que se sentar em puffs. Até entendo a questão estética mas em um evento que cobra 30 reais a entrada, acredito que seja interessante poder sentar com encosto para aproveitarmos melhor a programação.
Quanto às melhorias: A alimentação dentro do evento sempre foi um problema e sempre muito caro, com preços padronizados. Neste ano, apesar do preço para comer ainda ser um tanto alto, há mais opções de lugares para comer. Encontramos um combo com um hambúrguer muito bom e refrigerante por 28 reais.
Neste ano, a Bienal está com a iniciativa de arrecadar livros para distribuir à ONGs. Você tem em casa livros em bom estado que já leu e acha que outras pessoas gostariam de ler? Leve! É sempre bom arejar as estantes e deixar espaço para as leituras novas!
O outro ponto positivo que devemos sempre valorizar: O transporte que faz o trajeto do metrô Tietê até a entrada do pavilhão da Bienal continua funcionando com rapidez. O ônibus sai da Rua Voluntários da Pátria e a fila começa a se formar dentro da galeria da estação. Foi rápido para ir e voltar, porém, fiquei sabendo que a fila no sábado chegou a demorar 1 hora. O pior horário para voltar de ônibus é no fim do evento e no fim da tarde.
Por isso deixo aqui a minha dica de ouro para todas as bienais: programe sua ida com cuidado. A Bienal é um evento para circular, então dê preferência aos horários mais vazios para aproveitar melhor sua experiência. Se for de fim de semana, se organize para estar lá assim que o evento abrir e vá com paciência porque durante a tarde é muito cheio!
No mais, boa Bienal a todes! Que seja um rolê de muitas leituras, encontros, aprendizados e alegrias!
Uma resposta
Amei suas dicas! Parabéns!