Este é um livro publicado de forma independente, o primeiro da série “Se eu fosse”, que recontará os clássicos infantis por um novo olhar e o terceiro da autora.
Em “Se eu fosse a Cinderela”, tem-se uma narrativa em primeira pessoa, na qual Cinddy, a personagem principal, nos expõe sua insatisfação por ser filha única e ter um nome tão incomum. A justificativa de sua mãe, que se chama Alice, para a escolha de seu nome, é baseada nos contos de fadas. Portanto, Cinddy vem de Cinderela.
A mãe de Cinddy insiste que um dia sua filha irá encontrar seu príncipe encantado, mas a mesma opõe-se a esse pensamento. É uma menina bastante crítica e questionadora, que não aceita certos padrões impostos socialmente, como por exemplo, esse que sua mãe não cansa de insistir.
“(…) Mas acho errado enfiar na cabeça das meninas, desde que elas são tão novinhas, que precisam encontrar um príncipe encantado”. -(p.11)
Certo dia acontece algo estranho e totalmente inesperado: Cinddy acorda dentro da história da Cinderela e passa pelas mãos da madrasta e suas filhas, recebe a visita da fada madrinha, vai ao baile e descobre que o príncipe não era quem ela pensava ser, mas isso influencia em algo que acontece quando volta para sua vida real, tem uma surpresa bastante agradável.
O livro é voltado para um público-alvo infanto-juvenil, mas acredito que os adultos que lerem irão se encantar com a história e com o modo como ela é narrada. Sem contar que, todo o trabalho gráfico, desde a capa, que teve ninguém mais ninguém menos que a Thati Machado trabalhando na arte final, até a diagramação, foi feito com muito esmero.
Como tem um pouco mais que cinquenta páginas, a leitura é muito rápida o que é um ponto positivo, ou nem tanto, porque fica aquele gostinho de quero mais, mas a autora soube dosar bem os acontecimentos e distribui-los de forma harmoniosa.
“Eu queria alguém que estivesse do meu lado desde o começo e não alguém para viver apenas o felizes para sempre”. -(p.24)
Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019) e "6 desejos de natal" (2022), ambos publicados pela Se Liga Editorial. É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo.
8 Comentários
Evandro Atraentemente
20 julho, 2016 em 01:55Que interessante a ideia do livro. Eu, como adoro infanto-juvenil, sou suspeito pra falar. Muito legal a indicação.
http://www.atraentemente.com.br
Marcia Lopes Lopes
20 julho, 2016 em 01:55Gostei muito da premissa Maria, mas esse vou deixar passar por conta do meu estado de espirito que tá querendo sentir MEDO! rs
Bjs
Unknown
20 julho, 2016 em 01:55Nossa, adorei sua resenha e o livro parece ser ótimo!
Parabéns 😀
Gislaine
23 julho, 2016 em 13:18Que coisa boa começar o dia com uma resenha dessas <3 Maria, muito, muito, muito obrigada =D
Fico tão feliz que tenha curtido conhecer essa história <3 Obrigada por todo o carinho e atenção 🙂
Um beijão
http://profissao-escritor.blogspot.com.br/
O Outro Lado da Raposa
23 julho, 2016 em 22:08Oiii!!
Já ouvi falar desse livro e achei a proposta de maneira geral bem legal!
Não leio muito esse gênero, mas curti tuas impressões!
Beijão!
http://www.ooutroladodaraposa.com.br
Kemmy
28 julho, 2016 em 13:45Hey, adorei a resenha!
Tive o prazer de ler esse livro há alguns meses e tive a mesma impressão que você: apesar de ser infantojuvenil, os adultos também acabam se encantando. Ansiosa pelos outros livros 🙂
Beijos,
Kemmy|Duas Leitoras
Maria Ferreira- Impressões de Maria
30 julho, 2016 em 22:36Eu que agradeço, Gih.
Adorei a leitura.
Beijos.
Maria Ferreira- Impressões de Maria
30 julho, 2016 em 22:37Oi, Kemmy.
Também estou ansiosa pelos outros livros.
Beijos.