A primeira cena do livro é a anunciação da morte de Ivan Ilitch por seus colegas de trabalho. E eles estavam um tanto felizes pela morte de seu companheiro, não exatamente por ele ter morrido, mas por ter sido ele, ao invés deles.
É como se o livro começasse do final, porque primeiro nos é apresentada a morte e depois a forma como ele viveu.
No segundo capítulo nos é apresentada a vida de Ivan desde a sua infância. Conhecemos seus familiares, seu lado mais pessoal e sua forma de pensar e encarar o mundo. Sempre buscou viver a vida com base na simplicidade. E ele vivia assim, até que se casou com Prascóvia Fiórdorovna. Não foi um casamento totalmente por amor, mas também foi um casamento que correspondeu aos interesses dos dois,
principalmente de Ivan. Um casamento por convenção social. No começo, as coisas vão muito bem, os dois levam uma vida confortável, até que Prascóvia fica grávida e se transforma totalmente. Passa a xingar o marido, demonstrar ciúmes, não o deixa sair com os amigos e tudo isso sem nenhum motivo aparente. As brigas e gritos entre os dois se tornam constantes e Ivan, para fugir da infelicidade de seu casamento e manter a simplicidade que sempre valorizou em sua vida, vê no trabalho uma forma de escape, então passa a se dedicar mais ao trabalho, no qual tinha o cargo de juiz.
“Na medida em que a mulher se tornava mais irritadiça e exigente, ele transferia cada vez mais para o serviço o centro de gravidade da sua vida. Passou a gostar mais do serviço e tornou-se mais ambicioso”.
Já com dezessete anos de casado e tendo mudado de cidade para exercer uma nova função, a de promotor, Ivan percebe que o que ganhava já não era suficiente para viver e foi atrás de um trabalho em que ganhasse mais. Tendo conseguido, investiu em um apartamento e gerenciou sua decoração pessoalmente, enquanto sua mulher e filhos passavam uns dias no campo. É nesse momento, que se tem o início do que o levaria a morte: ele caiu de uma escada, sentiu um certa dor, mas logo passou e por isso não foi um acontecimento que merecesse muita atenção. Mas, passado algum tempo começou a sentir uma dor incômoda e incessante bem no local onde tinha batido no dia da queda. Foi à vários médicos e cada um dizia uma coisa diferente, de modo que não se soube exatamente o que Ivan tinha. Ele se tornou um estorvo para a família e amigos, a única pessoa com quem se sentia à vontade era com Guerássim, um de seus empregados. Seus gritos de dor ecoaram por dias. Não só de dor, mas também de medo, de saber que estava sozinho e que não poderia mais viver.
Este livro foi o meu primeiro contato com o autor russo Lev Tosltói ( ou Liev, ou Leon, ou até mesmo leão!).
O livro é de fácil entendimento e nos faz refletir sobre como vivemos a vida, se existe uma forma certa de vivê-la, como é nossa relação com a morte e as amizades. A leitura não tem segredos, mas para total compreensão, talvez seja preciso conhecer um pouco da vida do autor e da época e que ele viveu.
Uma resposta
Que livro triste! Bom,não costumo ler livros assim,mas sei que eles ensinam á beça e nos fazem enxergar coisas que antes não vimos. E isso,de certa forma,abre os nossos olhos para o mundo.
Beijos,ótima resenha!
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