O livro começa com uma pergunta: “- Sinhora, quer criado?”. É Ndani que, encantada pelos relatos de uma de suas quatro madrastas que trabalhou como criada na casa de brancos, foge de sua casa para Bissau, para trabalhar como criada na casa de brancos. Depois de muito procurar por alguém que aceite seus serviços, a garota encontra uma casa em que, inicialmente é mal recebida, mas desiste, depois de muito insistir, consegue ser admitida como criada na casa de Maria Deolinda e seu esposo. Mas sua patroa não aceita seu nome, dizendo que é um nome comunista e passa a chamá-la de Maria Daniela.
Ndani, por sua vez, vai para a capital também para fugir de uma maldição posta sobre ela por um líder religiosa de onde morava. A maldição dizia que ela traria infelicidade para todos os relacionamentos em que entrasse, o que faz com que as pessoas que sabem dessa história afastam-se imediatamente.
Durante toda a narrativa, Ndani relembra as histórias contadas por sua madrasta e comprova que ela tinha mesmo razão quando dizia que os brancos eram diferentes dos negros.
O casamento de fato não dá certo. O que acontece é que o Régulo, ao descobrir que Ndani não era virgem, a abandona na casa, sozinha. Com a chegada de um professor para dar aula na escola construída pelo Régulo, Ndani tem uma nova chance com o amor, mas o desenrolar da história não é tão positivo.
Apesar da presença de muitas palavras da cultura guineense, que não necessariamente implica em um problema, porque no final do livro há um glossário, a linguagem é muito acessível e a história é realmente empolgante. Prende o leitor de uma forma que fica difícil largar o livro sem antes ter a resposta para algumas perguntas que vão surgindo no decorrer da leitura. Particularmente, achei genial a forma como o autor vai relacionando os acontecimentos e chega uma hora que tudo está interligado e faz todo sentido.
Leitura recomendada para contato com outras formas de literatura fora do eixo que estamos acostumados e para ampliação de nosso conhecimento de outras culturas.
2 respostas
Oi!
Não conheço o livro, mas realmente é importante ler algo diferente do habitual, como sempre digo, sair da zona de conforto! Ótima dica!
Bjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oi, Michele,
Isso mesmo, sair da zona de conforto pode proporcionar ótimas experiências.
Beijos.