Autores para ter contato com a literatura nigeriana

 

Você já leu algum livro escrito por um autor ou autora nigeriana?

Nos últimos anos, Chimamanda Ngozi Adichie se popularizou no Brasil com suas obras publicadas pela Companhia das Letras e se tornou o primeiro contato de muitos brasileiros com a literatura nigeriana. Reconheço a importância da autora, a importância de suas obras que nos fazem conhecer a cultura, a história e a política da Nigéria. Penso que é preciso ir além da leitura de suas obras, ter contato com outros autores e autoras que escrevem histórias nos mais diversos gêneros. Então, apresento aqui alguns deles.

Chinua Achebe: É considerado o pai literatura nigeriana moderna. Nasceu em 1930 no vilarejo de Ogidi, pertencente à etnia igbo, um dos maiores grupos étnicos da África. Sua infância foi marcada pela colonização britânica em seu país, influenciando na sua criação e no seu contato com culturas distintas: a nigeriana muito ligada aos ancestrais, enquanto a britânica prezava pelo catolicismo. Ao entrar na Universidade de Ibadan, ao cursar artes liberais, pode ter contato com o outro lado da história da colonização e decidiu que iria contar sua versão dos fatos, assim, em 1958, publicou seu primeiro romance O mundo se despedaça, seguido de A paz dura pouco (1960) e A flecha de Deus (1964).

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Oyinkan Braithwaite: Nasceu em Lagos em 1988. Possui formação em Escrita Criativa e Direito pela Kingston University, de Londres. Além de escritora e editora freelancer, Braithwaite também faz declamação de poesias em slams, tendo sido indicada entre as dez melhores no concurso de poesia slam “Eko Poetry Slam”, em 2014. Seu livro Minha irmã, a serial killer foi publicado em português em 2019 pela Editora Kapulana.

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Buchi Emecheta: Nasceu 1944 em Lagos, mas viveu sua infância em Ibuza. Teve sua educação negligenciada por ser menina, mas após insistir muito conseguiu realizar seus estudos. Perdeu os pais muito cedo e se viu vivendo em uma relacionamento abusivo com seu primeiro marido que lhe deixou sozinha com 5 filhos em Londres, cidade para qual tinham se mudado para que ele pudesse estudar. Apesar de todas as dificuldades, conseguiu realizar seu desejo de ser escritora, publicado em 1972 seu primeiro romance In the ditch [Na vala], seguido de Cidadã de segunda classe (1974), O preço da noiva (1976) e As alegrias da maternidade (1979). Suas obras apresentam características autobiográficas e expõem o que é ser mulher na sociedade nigeriana. No Brasil, suas obras foram publicadas pela Editora Dublinense.

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Chigozie Obioma: Nasceu em 1986 em Akure. Viveu no Chipre, na Turquia e atualmente mora nos Estados Unidos. É professor de literatura e escrita criativa da Universidade de Nebraska-Lincoln. Os pescadores (2015) é seu primeiro romance, seguido de Uma orquestra de minorias (2019), publicados no Brasil pela Globo Livros. 

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Ayòbámi Adébáyò: Nasceu em 1988 em Lagos. Possui graduação e mestrado em literatura e escrita criativa. Fique comigo (2018) é seu primeiro livro publicado e recebeu o prêmio 9mobile de Literatura em 2019. O livro aborda a questão da poligamia na sociedade nigeriana e a pressão das mulheres para engravidarem e terem filhos do sexo masculino.
Agora me conta aqui: já leu algum desses livros? Conhece mais autores nigerianos que não apareceram na lista?

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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