Livros para pensar sobre maternidade

Maternidade é uma assunto que não agrada a todas as mulheres. A sociedade espera que as mulheres sejam mães e julgam quando uma delas não cumpre essa expectativa. Elas sempre serão julgadas, não importa o que elas façam, sejam mães ou não e sendo, serão julgadas pela forma como criam ou deixam de criar seus filhos e filhas. O mesmo não acontece com os homens, que raramente exercem um papel ativo de paternidade.

 

A literatura também representa esses diferentes modos de experienciar a maternidade, também expressa o quanto a sociedade pode ser cruel com suas expectativas em relação às mulheres. É algo universal. Muitos querem que as mulheres sejam mães, com ou sem condições financeiras para tal. Com ou sem condições psicológicas, só para suprir uma expectativa social.

 

Livros de escritoras nigerianas são bons para nos fazer refletir sobre a condição da mulher nesse país. É uma cultura diferente da brasileira, pois espera-se que as mulheres deem filhos para seus maridos, não importa se elas têm outros planos para suas vidas.

 

Nos livros As alegrias da maternidade e Cidadã de segunda classe, de Buchi Emecheta, questões sobre maternidade estão postas em primeiro plano. Em ambos os livros é possível acompanhar como mulheres que poderiam ter um futuro brilhante, não fosse a sociedade patriarcal em que vivem, vão cedendo e buscando corresponder a uma lógica na qual só serão valorizadas caso deem filhos homens para seus maridos, para as famílias de seus maridos.

 

Em Fique comigo, da nigeriana Ayòbámi Adébáyò, uma mulher que é estéril faz de tudo para engravidar, não para agradar ao marido, mas sim a família dele que a pressiona constantemente, inclusive forçando para que o homem despose outra mulher.  A sogra da protagonista lhe fala palavras do tipo “As mulheres fabricam crianças, e se você não consegue fazer isso então não passa de um homem” (p.42). palavras tão cruéis.

 

Que com a leitura desses livros possamos pensar em mulheres que são mães com mais empatia e menos julgamento. Que a maternidade seja uma escolha para todas as mulheres, nunca uma imposição.

 

2 respostas

  1. Son unas propuestas muy interesantes. Me ha encantado tu blog, me quedo de seguidora y te invito a que te pases por el mío si te apetece (es Relatos y Más, es que aparecen dos en el perfil).
    Un abrazo.

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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