Me segurem… eu fui plagiada!

Posso até parecer ingênua, mas eu nunca pensei que isso fosse acontecer comigo. E agora que aconteceu, não sabia nem o que fazer. Dei um tempo para minha cabeça esfriar e depois de pensar muito resolvi fazer este post. 
Fiquei sabendo recentemente que eu fui plagiada e o pior, isso já faz um tempão, mas por vontade do destino, só fiquei sabendo disso agora. 
Como é de conhecimento de todos que acompanham o blog e as redes sociais, vez ou outra tem algum post sobre o escritor Lucinei Campos ou sobre seus livros. Não faz muito tempo, fiz uma postagem falando da nossa amizade e o parabenizando pela ocasião de seu aniversário. Em maio do ano passado eu o entrevistei e foi justamente essa entrevista que foi plagiada. A pessoa o “entrevistou” em março desse ano e esses dias o Lucinei repostou na página de seu livro o link dessa entrevista. Como eu tenho o hábito de acompanhar o trabalho dele, fui conferir e na primeira pergunta eu falei assim: “nossa, parece com a que eu fiz para ele na minha entrevista”, daí eu li a segunda: “Nossa, essa também”, a terceira “e essa, peraí… são todas minhas perguntas!”. Aí eu fiquei nervosa e quando eu fico nervosa começo a tremer, então eu estava segurando o mouse de uma forma que eu nem sei explicar. Eu não estava conseguindo raciocinar direito, não sabia o que fazer, mas a primeira coisa que fiz foi falar com o autor. Expliquei a situação e ele foi bastante compreensivo, tentou me acalmar e disse que ia tirar o link do ar, o que ele fez no mesmo minuto. 

 
É muito revoltante. Não tem justificativa para uma pessoa fazer esse tipo de coisa e é uma atitude tão baixa, tão antiética, tão desprezível, que nós somos pegos de surpresa. É uma desvalorização enorme do nosso trabalho. Eu passei um tempão pensando nas perguntas e certamente não foi para uma pessoa vir assim, copiar e colar como se fossem dela e nem dar os devidos créditos. E o pior, a pessoa ainda assinou a entrevista como jornalista. Eu fico me perguntando que tipo de jornalista é essa!? 
 Entrei em contato com a página do site que a pessoa que me plagiou é colunista, disse que eu tinha sido plagiada e tal, mas que poderíamos resolver amigavelmente se elas tirassem a entrevista do ar. Primeiro a pessoa se fez de desentendida, depois tentou argumentar dizendo que conhecia o autor pessoalmente (ISSO EM CAIXA ALTA E COM UM PONTO DE EXCLAMAÇÃO NO FINAL!) eu respondi que eu também conheço o autor pessoalmente e que isso não justifica o plágio, que ela plagiou a mim, não a ele, daí ela começou a se fazer de coitada, disse que isto era página virada (ah, ela faz merda e não quer arcar com as consequências e se tem alguém nessa história que possa virar a página, essa pessoa sou eu, eu sou a vítima!) e a pior coisa, disse que tinha perdido alguém da família recentemente e que não estava querendo confusão com ela (achando que eu ia sentir peninha e largar de mão, coitada! Claro que eu não desejo o mal de ninguém, mas se ela não queria confusão, tivesse pensado nisso antes de me plagiar, ué!) E eu não queria confusão, só queria que a pessoa admitisse que me plagiou e pedisse desculpas, que é o mínimo. Mesmo com muita arrogância, pelo menos ela tirou a entrevista do ar. 
Tenho até medo de procurar saber se outras postagens não foram plagiadas. Dizem que quem procura acha, mas o que os olhos não veem o coração não sente. 

Peço desculpas pelo desabafo, mas eu precisava externalizar de alguma forma.

8 respostas

  1. Plagiaram as perguntas da entrevista? Que canalha. Minha sugestão é que tu dê nome aos bois. De qualquer forma, esse povo cretino sempre vai existir. De vez em quando jogo umas frases minhas no google pra ver se ninguém copiou. Até o momento nada. Nem sei o que eu faria no seu lugar.

  2. Poxa Ma. Que situação chata. Acredito que o plágio seja o pior que pode acontecer com nos, criadores de conteúdo. É como você disse: Usamos nosso tempo para criar as coisas, ai chega alguém e simplesmente copia. Quando acho alguma matéria interessante e quero divulgar, ou eu divulgo o link no Facebook, ou faço o post no blog e dou os créditos, redirecionando para o link original. Pessoas que fazem plágio deveriam ser banidas da internet. Espero que nunca mais isso aconteça contigo. Beijos

    Vidas em Preto e Branco 

  3. Puxa, que chato isso né? Já plagiaram algumas frases minhas 🙁 Na hora fiquei com muita raiva, mas depois passou. Sempre que vejo algo legal, eu dou os créditos ao devido dono. E na maioria das vezes, se for possível, ainda peço a autorização para a utilização. Mas quando o autor respondeu as perguntas ele não percebeu? Por que pelo que percebi, as perguntas eram bem diferentes né? Tipo, no meu caso, eu jamais iria perceber se rolasse um plagio desse tipo, pois sempre uso o mesmo modelo de perguntas, raramente modifico alguma coisa 😛
    Mas acho que não há muita saída, o jeito é erguer a cabeça e deixar passar. Sei o quanto é chato, mas sou leiga nesse assunto, não sei se é possível fazer muita coisa 🙁
    Beijooos
    http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

  4. Olá, Maria.
    Eu já fui plagiado tantas vezes que perdi a conta. É chato, inconveniente, errado, ridículo e tudo mais. Porém, com o tempo, passei a pensar o seguinte: se estão fazendo isso, é porque estou fazendo certo.
    Apesar de todos os problemas que causa, o plágio te mostra que você é boa no que faz. Claro que você não deve deixar barato. Porém, fique feliz: isso só mostra que o seu blog é bom.

    Desbrava(dores) de livros – Participe do nosso top comentarista de outubro. Serão seis livros para três vencedores.

  5. Boa noite,

    Isso é triste demais, nunca reparei se fui plagiado, mas é uma situação chata, eu fico mais de uma hora para fazer um resenha, da um trabalhão dependendo do livro. 🙁

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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