Os Cenários

Como sempre informo, escrever é uma habilidade de construir ideias e sonhos apenas com as palavras. Para isso, o escritor deve dominar muito bem o seu vocabulário para expressar de forma mais articulada e criativa possível, a fim de fazer o leitor se desprender do texto e imaginar mais facilmente. O autor não pode utilizar linguagem rebuscada, nem mesmo contar a história de forma complexa, para não tornar a obra difícil. A mente deve andar junta com a leitura e fluir com naturalidade. Se tentar bancar de diplomata, você vai cansar e perder o leitor aos poucos.
Além de dominar bem a história, o que é essencial, você também precisa saber o que está fazendo. Nem sempre você precisa estar no local para descrever melhor o cenário. Apenas uma pesquisa habitual é necessária, para não deixar escapar umas incoerências indigestas.
Você é livre para imaginar. Deve abusar ao máximo da imaginação. Mas também tem que saber que certas coisas têm limites e até mesmo proibições para apresentar um espaço a ser habitado pelos personagens. Tudo depende da temática de sua obra.
Exemplo: Dan Brown, em “Anjos e Demônios”, narrou uma aventura policial situada no Vaticano. Porém, ele colocou tantas incoerências e divergências turísticas que a editora precisou revisar a obra com jornalistas e consultores especializados, onde inclusive, inseriu um pequeno mapa impresso ao livro, na edição seguinte.
Não tenha preguiça de pesquisar. Observe paisagens e seja criativo na descrição no texto. Analise mapas e procure explicar de forma prática e criativa. Cuidado para descrever baldeações em tempos inexistentes, a não ser que seja em veículos potentes. Reforce em detalhes turísticos. Você pode até criar e embelezar algum, desde que esteja seguro na informação. Visite bastante o cenário com a sua imaginação.


Leo Vieira

5 respostas

  1. Acho difícil eu não concordar com algum texto teu! hahaha
    Mas AMO livros com vocabulário complexo; ajuda-me a ampliar o meu e acabo melhorando minhas escrituras.
    Não sabia desta história do Dan Brown. Estou muito surpresa! Sempre pensei que ele fosse um cara extremamente inteligente para colocar incoerências em seus livros… Estou pasma!
    Texto muito bem explicativo. Parabéns!
    Beijos 🙂

    http://pequeninabiblioteca.blogspot.com

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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