Projeto #LendoLelia: Cronograma de leitura

Eu tenho um desejo pessoal de ler as produções deixadas por quem é referência para o feminismo e intelectualidade negra. Lélia Gonzalez, portanto, é uma dessas pesquisadoras que eu sempre quis conhecer e ter contato com sua escrita. Depois da visita de Angela Davis ao Brasil, em outubro de 2019, em que ela recomendou que lêssemos Lélia, entendi que esse era o incentivo que me faltava e decidi que 2020 seria o ano de consertar essa falta, de saber a fundo quem foi Lélia Gonzalez e o motivo de ser tão importante para o feminismo negro.
 
Meu primeiro contato com a ativista brasileira foi em uma disciplina na faculdade e a vontade só fez aumentar. Agora, o que proponho é uma leitura coletiva do livro Primavera para as rosas negras, que reúne toda produção de Lélia Gonzalez e conta com entrevistas inéditas, livro organizado e editado pela União dos Coletivos Pan-Africanistas.
 
Pensei em um cronograma de leitura no qual leremos alguns capítulos por semana e no fim do mês discutiremos sobre os mesmos em um grupo criado para esta finalidade. Quando concluirmos a leitura do livro inteiro, pretendo organizar um encontro presencial (a princípio, em São Paulo). Para trocarmos impressões sobre a leitura, convido a todos usarem #LendoLélia em suas redes.
Caso tenham interesse em participar da leitura coletiva e do grupo de discussão online, por favor preencham o seguinte formulário:


O livro pode ser adquirido diretamente com o pessoal da União dos Coletivos Pan-Africanistas, por meio de contato pelo Instagram: @territorioafrikano ou WhatsApp.
 
Como sei que nem todo mundo pode ter condições de comprar o livro, reuni o máximo de artigos que consegui achar em uma pasta no Drive e sublinhei no cronograma os textos que estão lá. Clique aqui para acessar. Além disso, também estou sorteando um exemplar do livro até o dia 30/01/2020. Para participar, veja nosso perfil no Instagram: @impressoesdemaria.
 
Segue o cronograma.

Fevereiro

1ª semana (01/02-07/02)
Apresentação; Prefácio; Introdução; Mulher Negra: Um retrato; A Mulher Negra Na Sociedade Brasileira; (53 pgs)

2ª semana (08/02-14/02)
Cultura, Etnicidade e Trabalho; A Juventude Negra Brasileira; Lélia Gonzalez: Depoimento; (39 pgs)

3ª semana (15/02-21/02): A Questão Negra no Brasil; Mulher Negra; Democracia Racial? Nada Disso!; Mulher Negra, Essa Quilombola; A lei facilita a violência; De Palmares às escolas de samba, tamos aí; Beleza Negra, ou: ora-yê-yê-ô!; (30 pgs)

4ª semana (22/02-28/02) (Discussão online) Entrevista de Lélia Gonzalez ao Jornal Mulherio; E a trabalhadora negra, cumé que fica?; Taí Clementina, eterna menina; A esperança branca; prefácio dos Cadernos Negros 5; O Movimento negro na última década; (53 pgs)

Março

5ª semana (29/02-06/03)
Racismo por omissão; Carta ao apresentador Chacrinha; Homenagem a Zezé Mota; Racismo e sexismo na cultura brasileira (34 pgs)

6ª semana (07/03-13/03)
Griot e guerreiro; Para as minorias, tudo como dantes…; Homenagem a Luiz Gama e Abdias do Nascimento; Debate: a cidadania e a questão étnica; (39 pgs)

7ª semana (14/03-20/03)
A democracia racial: uma militância; Entrevista: mito feminino na revolução malê; Insurreições negras e sociedade brasileira; Mulher Negra (27 pgs)

8ª semana (21/03-27/03)
Entrevista para O Pasquim; Odara Dudu: Beleza negra; Festas Afro-Brasileiras; O terror nosso de cada dia; (23 pgs)

9ª semana (28/03-03/04) (Discussão online)
Por um feminismo afrolatinoamericano; A categoria político-cultural da Amefricanidade; (27 pgs)

Abril

10ª semana (04/04-10/04)
Nanny; As amefricanas do Brasil e a sua militância; Cidadania de segunda classe; (27 pgs)

11ª semana (11/04-17/04)
A importância da organização da mulher negra no processo de transformação social; Yalodê Egbè Eleyè; Primavera para as rosas negras; Entrevista de Lélia Gonzalez ao Jornal do MNU; (28 pgs)

12ª (18/04-24/04)
Uma viagem à Martinica I; Uma viagem à Martinica II; Posfácio; Fotografias (36 pgs)

13ª semana (25/04- 01/05) (Discussão online e Discussão presencial)
Documentos anexos: Lembrando Lélia Gonzalez; Entrevista com Milton Barbosa (MNU); Entrevista com Elizabeth Viana; O racismo no Brasil é profundamente disfarçado; (47 pgs)

        

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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