Quem Já Teve Insônia Literária?


É muito comum na vida de um leitor e/ou escritor ocorrer as conhecidas insônias por conta do texto que está lendo, revisando ou escrevendo. Um escritor sempre perderá a noção do tempo durante as suas imersões literárias.
Mas por que será que a madrugada é um período tão apreciado? Muito simples: a madrugada é praticamente o ápice para que o cérebro possa trabalhar e desenvolver o senso criativo. É nesse momento que temos os sonhos mais absurdos e inimagináveis.
Mas nem sempre nos lembramos deles quando acordamos, exatamente pelo fato da madrugada ser o momento de relaxamento total das ideias. Outro fator que torna a madrugada especial é o silêncio. Quando estamos sem barulho por perto, temos mais capacidade para raciocinar e também nos distraímos muito menos.
Durante o dia, armazenamos informações, imagens, vozes, fisionomias, momentos notáveis, melodias, entre outras preciosidades sem muita importância no momento. De madrugada, quando o corpo começa a se desligar da realidade para o merecido descanso, a mente começa a se agitar e trazer à tona todas essas informações de forma intensiva e até descontrolada. A situação chega a ser incômoda, como um peso de consciência. O momento especial em que você se torna cúmplice de suas ideias apresentadas no papel. Aprecie esse momento porque a noite será longa, coroando mais um dia que valeu a pena.

Só pra ressaltar; esse texto também foi escrito em uma madrugada.


Leo Vieira


4 respostas

  1. É bom apontar também que, reza a lenda, Salvador Dali se privava do sono, pois a exaustão lhe causava alucinações. Existe essa linha entre a consciência e a inconsciência que permite um fluxo de ideias bem mais livre, já que a lógica se perde durante o sono. Nada saudável esse hábito, mas claramente funcionava pra ele. Acho também que algo similar se passava durante a chamada "escrita automática" de André Breton e outros surrealistas, não sei, mas é interessante.

    delirandoeescrevendo.blogspot.com.br

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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