Por Mayra Guanaes
Redemoinho em dia quente é a estreia da autora Jarid Arraes no gênero conto. Jarid, já bastante conhecida por seus cordéis, traz agora histórias focadas nas mulheres da região do Cariri, localizada no Ceará. Uma prosa curta e ágil. O livro, publicado em 2019 pela Editora Alfaguara, divide os 30 contos em duas partes: “I. Sala das Candeias” e “II. Espada no coração”.
O título do livro já nos situa espacialmente em suas pequenas narrativas desenvolvidas em dias quentes, sugerindo o calor como parte do cenário destes contos que estão ambientados no sertão.
Jarid Arraes retrata o cotidiano das mulheres que nem sempre tem espaço nas representações literárias. Para além disso, cria personagens interessantes que geram empatia no leitor. O livro funciona como um redemoinho que puxa várias personagens, conflitos e configurações espaciais em um mesma publicação. Ao juntar 30 contos em um mesmo livro, Jarid me lembra do seu trabalho com os cordéis: a autora tem uma larga produção que contribui para a difusão do gênero e também da produção literária das mulheres negras e nordestinas.
Se é comum dizer que a poesia produz ritmo e sonoridade, também podemos dizer isso sobre a prosa de Jarid. A escritora reproduz na linguagem dos contos não só o ritmo e a sonoridade da fala das mulheres que retrata em suas histórias mas também o modo mais genuíno com o qual se comunicam. Esse livro torna o Cariri um lugar aqui pertinho, pelo qual desenvolvemos afeto ao conhecer essas mulheres que Jarid Arraes nos apresenta.
Redemoinho em dia quente me deixou com vontade de conhecer mais de sua produção, inclusive, de narrativas mais longas porque esse livro é só a estreia nesse gênero.
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