Resenha “O dia do Curinga”- Jostein Gaarder

Narrado em primeira pessoa por Hans-Thomas, um garoto que foi abandonado pela mãe quando tinha apenas quatro anos de idade, o livro se estrutura na viagem que Hans e seu pai, fazem na tentativa de encontrar sua mãe e tentar fazê-la voltar para casa com eles.

“Queríamos ir a Atenas, só que não para passar férias de verão, ou em algum outro ponto da Grécia, queríamos procurar mamãe. Não tínhamos certeza de que iríamos encontrá-la; e, caso encontrássemos, não tínhamos certeza de que ela voltaria conosco para a Noruega. Mas precisávamos tentar, dizia meu pai, pois  nem ele e nem eu podíamos suportar a idéia de passar o resto de nossas vidas sem ela”.

Durante essa viagem, acontecem as coisas que ditam o rumo do livro. Hans encontra um anão que lhe dá uma lupa; em uma padaria, um senhor lhe dá quatro pãezinhos e diz que o último pão ele só deverá comer quando estiver sozinho e que não deverá contar para ninguém sobre aquilo. Quando morde o quarto pãozinho, descobre que dentro dele tem um livrinho. Um livrinho tão pequeno, que só dá para ser lido com uma lupa. A lupa que o anão havia dado para ele.
O autor Jostein Gaarder escreveu o livro de tal fora que enquanto Hans-Thomas lê o livro que encontrou dentro do pão, o leitor também o lê. Esse livro, é a história de um marinheiro que foi o único  sobrevivente de um naufrágio. perdeu a noção de quanto tempo ficou à deriva quando finalmente encontrou uma ilha. Sua única companhia era um jogo de cartas de baralho e ele se sentia tão sozinho que inventava histórias com os personagens desse baralho. Um dia ele acordou e descobriu que as cartas havia ganhado vida. E é aí que tudo começa a acontecer. Pois tudo o que acontece nesse livrinho maravilhoso coincido com o que está acontecendo na vida de Hans-Thomas.
O Curinga é a carta principal desse jogo e sempre tem uma carta na manga.
Os livros do Jostein Gaarder sempre nos provoca reflexões filosóficas e com este não foi diferente. Nos faz pensar “será que existimos mesmo ou somos apenas fruto da imaginação de alguém?”
Uma ótima leitura para quem gosta de Filosofia e quer iniciar nesse mundo onde as perguntas são mais importantes que as respostas.

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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