Imagine que você é um visconde e que seu país está em guerra contra os turcos. O que você faz? Se alista para agradar alguns duques e vai para o campo de batalha. É isso que o visconde Medardo Di Terralba faz. A Itália está em guerra contra a Turquia e lá vai o visconde defender seu país.
Mas quando o visconde finalmente retorna para sua nação, os moradores têm uma grande surpresa: somente metade de seu corpo retornou. O corpo fora dividido ao meio ao ser atingindo por um tiro de canhão. Esta metade que retornou, era a metade ruim, que praticava o mal gratuitamente, pelo simples prazer de ver a desgraça alheia. Partia ao meio tudo o que encontrava pelo caminho. Atentou contra a vida de seu pai, contra a vida da mulher que tinha sido sua babá e até contra a vida de seu sobrinho.
Em meio a tantas desgraças provocadas pela metade maligna do visconde, as pessoas já estavam descrentes de que algo bom poderia acontecer, mas aconteceu. Eis que surge a metade boa. No início ninguém pensou que fosse possível e até pensaram que o que era mau tinha virado bom, mas depois perceberam que havia duas metades mesmo: a boa e a ruim.
Esse acontecimento causou uma certa confusão, porque o que um destruía, o outro consertava e de início, não sabiam da existência um do outro, mas quando souberam, a parte má tentou matar a parte boa a fim de ser o único visconde.
A história é narrada em primeira pessoa pelo sobrinho do visconde, que é fiel em sua narrativa e não nos esconde nada. Vemos como ele vê.
Muitos dizem que esse livro lembra uma fábula, pela presença do fantástico e da moral da história no final do livro. Pode até ser, mas de uma coisa que eu estou certa, é que não me agradei deste livro. Acho que o motivo é porque tenho como base o primeiro livro que li do autor, “O Barão nas árvores” e espero que os demais sejam tão bons quanto este. Faltou alguma coisa no livro. Mais profundidade talvez.
6 respostas
Não gostei nada nada dessa capa, mas o enredo me pareceu interessante. Essa coisa de parte má tentando matar a parte boa.
Parabéns pela resenha.
Marcelo,
http://enquantoestavalendo.blogspot.com.br/
Realmente, esta não é umas das capas mais bonitas, mas dialoga bastante com a história do livro. A da Companhia das Letras é uma fofura.
Gostei muito do único Calvino que li, mas é justo o mais realista dele. Quero ler um dos ditos fantásticos, mas, depois dessa resenha, não vou começar por esse. Minhas expectativas estão altas com o Calvino (estou esperando algo à Jorge Luis Borges) e não quero me decepcionar com nada "mais ou menos". "Se um viajante numa noite de inverno" e "O Barão das Árvores" parecem ótimos.
qual e a moral?
Bem, a moral é que não se deve julgar as pessoas por um único aspecto de sua personalidade; todos têm luzes e sombras em seu interior.
Se ler o livro, eu acho que essa ideia fica bem mais clara