Resenha “Passou, já era”- Susan E. Hinton

Neste livro, a história é narrada em primeira pessoa por Brayon e ele nos conta sobre seus amigos, sua família, sua vida, seus amores e sua condição social.
Mark, pode-se dizer, é o segundo personagem principal desse livro. Ele passou a morar na casa de Brayon logo após a morte de seus pais. Foi acolhido como um filho pela mãe dele e  ele e Brayon sempre foram melhores amigos, quase irmãos.

No livro também é retrata o preconceito que os hippies tinham que enfrentar. Não só da sociedade, mas também de seus familiares. Exemplo disso, é um dos amigos de Brayon, apelidado de MM, por sempre estar com um saquinho desses doces na mão. MM tem cabelos longos, é inteligente, tira notas boas na escola, sempre ajuda os amigos com o que pode, ajuda em casa cuidando dos irmãos menores, tudo naquela vibe paz e amor. No entanto, seu pai sempre implicava com ele por conta do cabelo.

Para ajudar me casa, Brayon começa a procurar emprego e nesse meio tempo, revê a irmã de MM, Cathy, que estava morando fora. Os dois começam a sair e passam a namorar. Por causa desse namoro, Brayon amadureceu  e algumas certezas mudaram de lugar.

Este é o segundo livro publicado pela autora Susan Eloise Hinton. O que impressiona é a forma como ela aborda tão nitidamente a juventude dos anos 60 e representa tão bem a forma como a sociedade era dividida entre socs, os ricos e os greasers, os pobres e marginalizados. o livro é uma importante lição e como a sociedade é eliminatória, separatista e principalmente, injusta. Além disso, nos faz pensar nas escolhas que fazemos.

Com isso, concluo afirmando ao ler um livro da Susan é impossível não se interessar por outros. Foi o que aconteceu comigo, que mesmo não tendo muito interesse em infantojuvenis, li outro livros dela e posso afirmar que vale muito a pena.

HINTON, E Susan. Passou, já era. São Paulo: Editora Brasiliense, 1971.

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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