VOZES NEGRAS

Diante da crise do mercado livreiro e editorial, instalada não apenas no Brasil, estamos buscando outras maneiras para tornar viável a publicação da antologia de contos “Vozes Negras”. Com um mercado literário predominantemente branco e um governo assumidamente racista, seguimos com a missão de criar livros e projetos que tragam representatividade das chamadas minorias; quando falamos em minorias, estamos falando de desvantagem social e não de quantidade numérica, afinal, 56% da população brasileira é negra. O mercado editorial, contudo, não reflete isso. Abaixo, segue um trecho do Carta Capital com dados alarmantes.
“Uma pesquisa publicada em 2012 oferece uma radiografia racial e de gênero do mercado editorial brasileiro. Após analisar 258 romances publicados por três grandes editoras entre 1990 e 2004, o estudo Literatura Brasileira Contemporânea – Um Território Contestado (Editora Horizonte/UERJ)  revelou que 93,9% dos autores publicados eram brancos, 72% do sexo masculino (…) O perfil médio dos personagens dos romances é bastante semelhante: 7,9% dos personagens eram negros e só 5,8% desses protagonistas. As ocupações dos personagens também refletem essa assimetria: 20,4% dos negros eram bandidos ou contraventores, 12% empregados domésticos e 9,2% escravos. Se na ficção a maioria dos personagens brancos morrem por acidente ou doença, nos romances analisados 61% dos negros são assassinados.”
 
Pensando nisso, decidimos criar um projeto de financiamento coletivo para que o livro “Vozes Negras” possa ser publicado ainda em 2019, homenageando, através de histórias curtas de ficção, mulheres negras reais e inspiradoras.

O projeto do livro será Own Voices, o que significa que teremos apenas autoras e ilustradoras negras assinando as histórias e ilustrações do livro (bora fazer girar o black money).

Nossa campanha será tudo ou nada, mas o que isso significa? O livro será publicado apenas se atingirmos ou ultrapassarmos nossa meta. Caso o valor não seja atingido, todos os apoiadores receberão seu dinheiro de volta de forma segura e confiável. O prazo para que essa meta seja atingida será de 60 dias.

Nossa meta será de 15 mil reais. Metade desse valor será para desenvolvimento do livro: diagramação, revisão, capa e gráfica (tanto da versão impressa, quanto digital). Com o restante do valor, pagaremos a ilustradora convidada, ofereceremos um adiantamento para todas as autoras, cuidaremos de todo o material de divulgação (digital e impresso) da campanha.

Caso o projeto seja um sucesso e alcancemos metas estendidas, produziremos brindes especiais para nossos apoiadores e aumentaremos o valor do adiantamento das autoras também.

Se você ainda não conhece o trabalho do selo Se Liga, da Rico Editora, dá uma lida nas informações abaixo pra conhecer a gente melhor!

O selo SE LIGA, da Rico Editora, chega ao mercado editorial trazendo altas doses de representatividade em um formato jovem e atual. Comandado por Thati Machado, o selo é responsável por publicar livros para todos os pilares da diversidade: sexual, étnica, de gênero, de pessoas com deficiência etc, além de obras com viés feminista. #OrgulhoDeSer foi o primeiro título do selo e o livro mais vendido de todo o estande Eu Leio Brasil na Bienal do Livro de São Paulo. Além disso, conta com importantes nomes da literatura e militância, como Jonas Maria, Vitor Martins e Camila Marciano. O selo também publica autores iniciantes que têm algo de importante a dizer através da sua escrita.

creditamos que a empatia é um sentimento capaz de transformar o mundo e queremos que nossos livros sejam capazes de ajudar as pessoas a nutrirem esse sentimento dentro de si. 

Para apoiar o projeto, clique aqui:                                               
                 

4 respostas

  1. Olá tudo bem, adorei conhecer um pouco da obra e já coloquei na minha lista de compras, porque aprecio conteúdos do tipo, e acredito serem de fundamental importância na literatura!

  2. Não conhecia o projeto e achei ele super interessante e de extrema importância. Desejo sucesso e que ele seja concretizado. Sempre ajudo nesses financiamentos coletivos, mas no momento estou impossibilitada. Mas ficarei na torcida. Sucesso!!!

  3. Olá Maria, eu tô feliz DEMAIS em ver como esse projeto vem dando certo e as pessoas estão realmente ajudando. Tenho certeza que essa publicação vai acontecer porque ela é mais do que necessária nos dias de hoje.

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Maria Ferreira

Maria Ferreira é uma mulher negra baiana. É criadora do Clube Impressões, o clube de leitura de livros de ficção do Impressões de Maria, e co-criadora e curadora do Clube Leituras Decoloniais, voltado para a leitura e compartilhamento de reflexões sobre decolonialidade. Também escreve poemas e tem um conto publicado no livro “Vozes Negras” (2019). É formada em Letras-Espanhol pela Universidade Federal de São Paulo. Seus principais interesses estão relacionados com temas que envolvem literatura, feminismo negro e decolonial e discussões sobre raça e gênero. Enxerga a literatura como uma ferramenta essencial para transformar o mundo. 

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Clube de leitura online que tem como proposta ler e suscitar discussões sobre obras de ficção que abordam assuntos como raça, gênero e classe, promovendo o pensamento crítico sobre a realidade de grupos minorizados.